Às vésperas do julgamento que poderia punir o homem que atropelou e matou seus filhos em Poconé, a advogada Rosinéia Guimarães relembrava com carinho do sonho do filho Diego Bittencourt, que esperava ver um mundo com mais paz, antes de ter o sonho interrompido em 2007. A advogada só não contava que, em frente ao Fórum da Comarca de Cuiabá, na manhã desta quinta-feira (30), veria a esperança de conseguir justiça substituída pela revolta com a impunidade.
De acordo com a decisão que suspendeu o Tribunal do Júri marcado para as 9 horas desta quinta, o produtor rural Celzair Santana, que atropelou e matou Katherine e Diego há quase 15 anos, alegou estar internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Entretanto, no mesmo despacho, o juiz da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, Flávio Miraglia, determinou, em caráter de urgência, que o Hospital Sírio-Libanês informe qual a previsão de alta hospitalar do paciente, no prazo de 24 horas.
"É muito revoltante você lutar por justiça e ele fazer isso. Esta não é a primeira vez, é a quarta vez que foi marcado esse júri e chega no momento exato, no dia do júri e na hora de acontecer o júri, a gente se depara com essa sensação frustrante. A sensação de Meu Deus, será que não existe justiça? Será que pode fazer tudo isso e ficar por isso mesmo? Eu, como mãe, já não sei mais o que fazer", lamentou, indignada.
Apesar do prazo, a legislação estabelece que seja contado somente a partir do primeiro dia útil subsequente à publicação em Diário Oficial, isto é, nesta sexta-feira (1º). Com isso, as informações só devem chegar ao TJMT na segunda-feira. A expectativa é de que, assim que forem prestadas as informações pelo hospital, uma nova data para o júri seja marcada.
Apesar da dor e da impunidade, Rosinéia Guimarães não perde a fé na Justiça.
"É preciso acreditar na Justiça (...) Acredito que se todas as mães e pais pudessem se sensibilizar para buscar essa justiça, nós conseguiríamos com mais rapidez, não só pela Katherine e pelo Diego, mas por todos os jovens que estão aí no trânsito, que a cada minuto morre um. Se você sair no trânsito agora, você vai ver quantos já estão estalados no chão, mortos e será que ninguém se sensibiliza por isso? Passa, pisa em cima e continua do mesmo jeito? Não é possível. Não dá para se conformar com uma justiça injusta", disparou.
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