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Quarta-feira, 08 de Junho de 2011, 15h:56

Previsão de safra do IBGE é 7,8% maior que a recorde de 2010

Estimativa é que produção atinja 161,2 milhões de toneladas em 2011

DO G1

Em maio, a previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas indica uma produção de 161,2 milhões de toneladas, volume 7,8% acima da safra recorde de 2010, que atingiu 149,6 milhões de toneladas, e 1,6% maior que a estimativa de abril. O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (8).

De acordo com o IBGE, a área que deverá ser colhida neste ano, de 48,9 milhões de hectares, subiu 5,1% sobre o ano anterior - 0,7% acima da previsão de abril. As três principais culturas: arroz, milho e soja, que, somadas, representam 90,5% da produção, respondem por 82,2% da área a ser colhida. Na comparação com 2010, as variações registradas são de 1,7%, 5,0% e 3,0%, respectivamente.

“A estimativa para maio é de recordes para o milho segunda safra, para a soja, feijão primeira safra e algodão. O volume de produção desses produtos é o maior em 40 anos da pesquisa”, disse Mauro Andre Andreazzi, gerente da Coordenação Agropecuária do IBGE.

Na comparação regional, Sul tem 68 milhões de toneladas; Centro-Oeste, 56,1 milhões de toneladas; Sudeste, 16,6 milhões de toneladas; Nordeste, 16,3 milhões de toneladas, e Norte, 4,3 milhões de toneladas. Em relação à safra anterior, foi verificado aumento nas regiões Norte, 6,3%; Nordeste, 38,2%; Centro-Oeste, 6,9%; Sul, 5,9%; e recuo na Sudeste, 2,8%.

Segue na liderança o Paraná, na produção nacional de grãos na avaliação para 2011, com participação de 20,4%, seguido pelo Mato Grosso, com 19,3%, e Rio Grande do Sul, com 17,8%.

Entre os 25 produtos pesquisados pelo IBGE, 16 apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior, por exemplo, algodão herbáceo em caroço (74,4%), amendoim em casca 1ª safra (8,1%), arroz em casca (18,0%), batata-inglesa 1ª safra (13,3%), batata-inglesa 2ª safra (13,8%).

Com variação negativa, aparecem amendoim em casca 2ª safra (9,0%), aveia em grão (2,6%), batata-inglesa 3ª safra (4,5%), café em grão (7,8%), cana-de-açúcar (6,6%), cebola (8,0%), feijão em grão 3ª safra (9,0%), laranja (2,3%) e trigo em grão (10,8%).

ALGODÃO
De acordo com o gerente do IBGE, todas as unidades produtoras de algodão tiveram crescimento na safra, "muito em função do bom preço e dos baixos estoques”.

ARROZ
Em 2010, o arroz sofreu com os problemas climáticos. No Rio Grande do Sul, choveu muito, e várias áreas não puderam ser plantadas. “Em Santa Catarina, estado que é o segundo maior produtor de arroz, choveu demais, e ocorreram muitas doenças, como fungos. Por conta do tempo encoberto, os raios solares não passavam e a safra de arroz, que precisa de muita luz, foi prejudicada”, afirmou.

No entanto, apesar da queda de 0,6% da produção de arroz em maio, em relação a abril, a safra de 13,344 milhões de toneladas ainda é suficiente para atender o mercado interno, que consome cerca de 12 milhões de toneladas do cereal, de acordo com Andreazzi.

MILHO
O milho teve produção de 58,237 milhões de toneladas em maio. O consumo interno está em torno de 47 milhões de toneladas. "Vamos ter um excedente de produção.”

“A cada ano, a diferença entre as duas safras de milho vem diminuindo. Historicamente, a primeira safra do milho é responsável por cerca de 70% do total no ano. Hoje, o produtor está preferindo plantar soja na primeira safra, e milho na segunda", afirmou.

SOJA
"A soja é um produto de exportação e uma segurança para o produtor. Tem um preço bom, em torno de R$ 41 a saca de 60 quilos. Está um preço excelente. Em 2010, o preço da saca variou entre R$ 25 e R$ 30, o que já era um preço bom. A opção é plantar soja na primeira safra e milho na segunda, para poder fazer um manejo da cultura, e poder renovar o solo com material orgânico.”

Feijão
Em 2010, o feijão da primeira safra teve problemas com a estiagem. Em 2011, o forte crescimento da produção do grão (19,2%) foi mais uma recuperação em relação ao fraco desempenho do ano passado, segundo o gerente do IBGE.