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Sábado, 26 de Dezembro de 2020, 14h:00

Em eleição atípica, Carlos Fávaro é eleito ao Senado com 371.857 votos

RAYNNA NICOLAS
REDAÇÃO

Após a cassação de Selma Arruda (Podemos) em dezembro de 2019, os matogrossenses esperavam eleger um novo senador em abril de 2020. Contudo, com a ascensão da pandemia do coronavírus, os planos tiveram que ser adiados. Em julho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu uma nova data para as eleições.

Alan Cosme/HiperNoticias

carlos favaro

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Somente quatro meses depois a população elegeu Carlos Fávaro (PSD), no dia 15 de novembro deste ano, em uma eleição suplementar. Ele, que já havia assumido interinamente a vaga deixada por Selma, retornou ao posto, desta vez pelo voto popular, com 371.857  votos. 

Em setembro, quando as novas convenções partidárias finalmente puderam acontecer, onze nomes foram oficializados para a disputa ao Senado.

Carlos Fávaro (PSD), Coronel Fernanda (Patriota), Nilson Leitão (PSDB), José Medeiros (Podemos), Procurador Mauro (Psol), Valdir Barranco (PT), Pedro Taques (SD), Elizeu Nascimento (DC), Reinaldo Moraes (PSC), Feliciano Azuaga (Novo) e Euclides Ribeiro (SD). 

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Naquele momento, o nome do vice-goverador Otaviano Pivetta (sem partido) chegou a ser cogitado, colocando o governador Mauro Mendes (DEM) em uma saia justa. Seu partido, o DEM, tentava fechar aliança com o PSDB de Leitão, com Júlio Campos (DEM) na 1ª suplência, enquanto Pivetta e Fávaro tinham história com Mendes, apesar de inimizades entre si.

Fávaro, contudo, ficou com a vantagem depois que Pivetta desistiu e o DEM liberou seus membros para se posicionar como queriam. 

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Por outro lado, Rúbia Fernanda, a coronel Fernanda, até então desconhecida na política, teve que disputar pelo apoio do presidente

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Jair Bolsonaro (sem partido). Apesar de ter apoiado a candidata do Patriota oficialmente, o presidente tinha outros nomes contando com seu apoio, como José Medeiros, líder do governo no Congresso Nacional. 

Nilson Leitão tinha os dois outros senadores pelo Estado, Welington Fagundes (PL) e Jayme Campos (DEM), ao seu lado. Além disso, se apoiou no seu passado anti-PT e no slogan "Mato Grosso por Inteiro". Isso porque, sendo referência no norte do Estado, Leitão ainda tinha Júlio Campos representando a baixada e Zé Márcio Guedes (PL), na segunda suplência, representando a região sul. 

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Reinaldo de Moraes, o Rei do Porco, também recém chegado na política, ganhou destaque ao tirar o apoio de Selma de José Medeiros. À época, a senadora cassada também chegou a cogitar Pedro Taques que foi uma surpresa nas eleições suplementares. Desde os escândalos que afetaram sua gestão à frente do governo do Estado e a derrota para Mendes, Taques estava afastado da política, mas prometia bons resultados na eleição para senador. 

Devido aos problemas judiciais, herança da sua passagem pelo Palácio Paiaguás, Taques teve que travar uma batalha para efetivar sua candidatura. Foram duas rodadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até que o ex-tucano, agora no Solidariedade, tivesse a benção jurídica para se tornar o próximo senador do Estado. 

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Mesmo com o brilho dos apoios, os candidatos precisavam enfrentar a falta de engajamento com as eleições ao Senado. Em novembro de 2020, mais de 50% dos matogrossenses não sabiam que elegeriam um senador. Era o preço de realizar o pleito na mesma data em que se escolheriam os prefeitos e vereadores dos 141 municípios do Estado. 

As pesquisas mostravam uma disputa acirrada entre Fávaro, Fernanda, Leitão e Taques. Algumas vezes, os quatro até apareciam todos empatados. Procurador Mauro (Psol) despontava apenas em Cuiabá e Várzea Grande.

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No dia 15 de novembro, Taques sequer chegou nem ao pódio. Pelo contrário, o ex-governador terminou em sétimo lugar na disputa. Atrás até mesmo do psolista, Procurador Mauro e de Valdir Barranco, do PT. 

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No pódio ficaram Carlos Fávaro, eleito com 25,98% dos votos, Coronel Fernanda, em segundo lugar, com 20,44% e Nilson Leitão, em terceiro, com 10,98%. Mas, apesar da eleição de Fávaro, as estrelas da noite foram as abstenções. Foram 9.881 votos brancos (3,35%), 16.169 nulos (5,48%) e ainda 83.236 abstenções (22,01%).

No dia 15 de dezembro, um mês depois da eleição suplementar, Fávaro foi diplomado senador por Mato Grosso em uma cerimônia virtual. 

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"Cumprindo a vontade do povo de Mato Grosso, fui diplomado hoje pelo Tribunal Regional Eleitoral para exercer o mandato de senador até janeiro de 2027. Vou honrar a Deus e trabalhar incansavelmente por melhorias para o nosso estado e para a nossa população", prometeu o senador.