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Quarta-feira, 16 de Setembro de 2020, 09h:30

Mendes cobra Pinheiro sobre queimadas: "Quando fui prefeito, eu colocava brigadistas à disposição"

WELLYNGTON SOUZA

Após decretar estado de calamidade por conta dos incêndios florestais, o governador Mauro Mendes (DEM) cobrou nesta segunda-feira (14) atuação das prefeituras municipais para conter a propagação das queimadas na região da Baixada Cuiabana. As críticas se estenderam principalmente ao prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (MDB).

Gilberto Leite

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Durante coletiva à imprensa, no Palácio Paiaguás, Mendes destacou uma força tarefa para o controle das queimadas com a participação de 2.500 profissionais das forças de Segurança, da Defesa Civil, dos Bombeiros e de voluntários. O democrata ainda relembrou atuação enquanto era prefeito de Cuiabá.

“Infelizmente nem todas as prefeituras estão ajudando. Eu lembro de quando era prefeito de Cuiabá, por exemplo, colocávamos brigadistas a disposição para ajudar nos incêndios aqui da Baixada Cuiabana. Aí eu pergunto: tem agora? Por isso que está aí essa fumaça toda”, declarou Mendes.

Para o democrata, o atual prefeito não está cumprindo com o papel. “Como prefeito, durante quatro anos, eu coloquei brigadistas a disposição da Sema e dos bombeiros para ajudar no combate dos incêndios aqui da Baixada. Nós estamos fazendo a nossa parte, assinamos o decreto de calamidade onde autoriza dobrar nossa infraestrutura”, ressalta.

De acordo com o governador, as circunstâncias climáticas têm colaborado para que os incêndios tenham tomado grandes proporções. “Estamos em um período de longa estiagem, são mais de 100 dias sem chover em Mato Grosso. A umidade relativa do ar está baixa e em algumas regiões abaixo de 10% e isso cria condições para que esses incêndios possam ocorrer e aí resulta nessa situação que estamos vendo”.

Recentemente já foram divulgados os dados que comprovaram que os incêndios ocorridos nos 40 mil hectares da reserva particular, em Barão de Melgaço (Sesc Pantanal), na Fazenda Espírito Santo, Rodovia Transpantaneira e na Fazenda São José, foram provocados por ação humana.

Os casos já estão sob investigação da Delegacia de Meio Ambiente (Dema) para punir os responsáveis. “Peço a colaboração da população para denunciar se vir alguém fazendo um desses incêndios de forma criminosa. A grande maioria é acidental, mas quando começa fica incontrolável face a grande massa de matéria orgânica acumulada e as condições climáticas. Não iremos economizar recursos para minimizar o impacto desses incêndios em todo o estado de Mato Grosso”, completou.

Outro lado

Em nota a prefeitura de Cuiabá afirmou que a  Defesa Civil não tem medido esforços para combater "essa prática criminosa no território cuiabano".

"Neste momento, o órgão conta com 12 pessoas, entre bombeiros civis, bombeiros voluntários e fiscais, e uma viatura com capacidade para mil litros de água trabalhando diuturnamente na linha de frente dessa demanda", diz trecho da nota.

Veja na íntegra a nota da Prefeitura de Cuiabá:

Em relação à demanda de queimadas na Capital, a Prefeitura de Cuiabá informa que:

- A Defesa Civil do Município não tem medido esforços para combater essa prática criminosa no território cuiabano.

- Neste momento, o órgão conta com 12 pessoas, entre bombeiros civis, bombeiros voluntários e fiscais, e uma viatura com capacidade para mil litros de água trabalhando diuturnamente na linha de frente dessa demanda.

- Para se ter uma ideia, além do combate das chamas, a Defesa Civil tem atuado na aplicação de multas aos devidos responsáveis.

- De 16 de agosto até o momento, já foram aplicados cerca de R$ 1.600.000 em multas relacionadas às queimadas urbanas.

- Somado a isso, neste mesmo período, foram recebidas e atendidas aproximadamente 1.500 denúncias.

- Além disso, o Município já está trabalhando em cima de um planejamento para que, o mais breve possível, seja aumentado o número de efetivo e equipamentos da Defesa Civil.

- Como parte desse planejamento, em agosto, foram adquiridos cinco assopradores, substituindo os antigos abafadores.

- Os equipamentos são considerados mais eficientes e rápidos, além de facilitarem o trabalho dos brigadistas, que antes usavam abafadores que pesam cerca de 7 quilos.