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Professores se reúnem todos os dias para definir situação da educação no município. |
Em greve há dois dias a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintep), subsede de Várzea Grande, Maria Aparecida Cortez, afirma que a os gestores da cidade estão descumprindo em sua totalidade a Lei 11.738, que regulamenta o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério que trabalham na educação básica.
De acordo com a lei, o professor da rede pública deve ganhar R$ 950 mensais, para a formação em nível médio, na modalidade normal. Porém, a atual gestão investe nos seus profissionais o valor de R$ 653.
Mergulhada em problemas que não se restringe apenas no setor da educação básica, Várzea Grande é palco de idas e vindas de prefeitos e secretários. Em abril o secretário de Educação era Wilton Coelho Pereira, que saiu e foi para a Secretaria de Governo; quem assumiu a pasta foi Isaac Abraão Nassarden que na sexta-feira (13) passou e ser subsecretario, cargo que ocupava anteriormente. Neste troca-troca a cidade está sem secretário de Educação.
Com essa situação, a sindicalista Maria Aparecida diz que está sendo difícil dialogar com os gestores. Enquanto isso, cerca de 19 mil crianças da rede básica de ensino estão sem aulas, o que afeta o dia a dia de milhares de famílias, inclusive no que compete a alimentação desses jovens alunos.
Através de dados obtidos do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE), Maria Aparecida diz que demanda reprimida, ou seja, crianças que não podem estudar na cidade de Várzea Grande, é de 30 mil.
Segundo o Sintep (VG), as negociações estão sendo feitas desde 17 abril quando teve a primeira audiência com o prefeito da época, João Madureira. No dia 28 do mesmo mês houve outra audiência. No entanto, foi com o prefeito que havia tomado posse, Sebastião Gonçalves, mais conhecido como Tião da Zaeli. Por último, a audiência do dia 9 de maio foi feita com o atual prefeito Murilo Domingos. Maria Aparecida diz que, antes de entrarem em greve, tentou o diálogo nestas três vezes, mas nenhuma medida emergencial foi tomada para reverter a situação.
REIVINDICAÇÕES
Imagem da Internet |
Com a greve 19 mil crianças estão sem estudar, e outras 30 mil estão fora da sala de aula porque não tem vaga na rede municipal. |
O Sintep, subsede de Várzea Grande, coloca em pauta três grande eixos que devem ser melhorados: área administrativa, pedagógica e estrutural.
Na área administrativa, exigem a regularização de férias vencidas (muitos funcionários não tem férias há 3 anos, caso de muitos vigias), problemas de perícia médica e planos de cargos e salários, para citar alguns. Pagamento de sálarios de muitos professores que estão sem receber desde fevereiro deste ano.
Na parte pedagógica, Maria Aparecida diz que o município de Várzea Grande não tem política educacional consistente. “Não há uma lei específica que regulamente a política educacional aqui na cidade”, aponta.
A estrutura é apontada como um dos setores mais deficientes, porque é a que recebe os milhares de alunos assistidos. “A maioria das escolas não atende as exigências do Plano Nacional de Educação. Tem creches com cerca de 25 crianças de 1 a 2 anos, isso está enquadrado como superlotação. Além de muitas escolas não terem refeitório, não tem biblioteca, nem brinquedoteca. Se fosse olhar a precariedade muitas unidades deveriam ser fechadas”, argumentou.
OUTRO LADO
O Hipernotícias entrou em contato com o secretário de Comunicação da cidade, Wilson Pires. Informou que o novo secretário que deve ser empossado nos próximos dias, Issac Nassarden, tomará posição o mais breve possível.
Wilson Pires adiantou que as folhas salariais dos professores estão regularizados, contrapondo o que disse anteriormente a sindicalista Maria Aparecida. Sobre a Plano de Cargos e Salários Wilson informou que está fechado com a categoria.
Sobre os outros problemas, o secretário afirma que a Prefeitura de Várzea Grande está tentando resolve-los aos poucos.