HiperNotícias - Você bem informado

Terça-feira, 17 de Maio de 2011, 11h:09

Prefeitura de Várzea Grande não cumpre lei básica da educação, diz Sintep

19 mil crianças da rede fundamental de ensino estão sem aulas

ALIANA F. CAMARGO

Divulgação
Professores se reúnem todos os dias para definir situação da educação no município.

Em greve há dois dias a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintep), subsede de Várzea Grande, Maria Aparecida Cortez, afirma que a os gestores da cidade estão descumprindo em sua totalidade a Lei 11.738, que regulamenta o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério que trabalham na educação básica.

De acordo com a lei, o professor da rede pública deve ganhar R$ 950 mensais, para a formação em nível médio, na modalidade normal. Porém, a atual gestão investe nos seus profissionais o valor de R$ 653.

Mergulhada em problemas que não se restringe apenas no setor da educação básica, Várzea Grande é palco de idas e vindas de prefeitos e secretários. Em abril o secretário de Educação era Wilton Coelho Pereira, que saiu e foi para a Secretaria de Governo; quem assumiu a pasta foi Isaac Abraão Nassarden que na sexta-feira (13) passou e ser subsecretario, cargo que ocupava anteriormente. Neste troca-troca a cidade está sem secretário de Educação.

Com essa situação, a sindicalista Maria Aparecida diz que está sendo difícil dialogar com os gestores. Enquanto isso, cerca de 19 mil crianças da rede básica de ensino estão sem aulas, o que afeta o dia a dia de milhares de famílias, inclusive no que compete a alimentação desses jovens alunos.

Através de dados obtidos do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE), Maria Aparecida diz  que demanda reprimida, ou seja, crianças que não podem estudar na cidade de Várzea Grande, é de 30 mil.

Segundo o Sintep (VG), as negociações estão sendo feitas desde 17 abril quando teve a primeira audiência com o prefeito da época, João Madureira. No dia 28 do mesmo mês houve outra audiência. No entanto, foi com o prefeito que havia tomado posse, Sebastião Gonçalves, mais conhecido como Tião da Zaeli. Por último, a audiência do dia 9 de maio foi feita com o atual prefeito Murilo Domingos. Maria Aparecida diz que, antes de entrarem em greve, tentou o diálogo nestas três vezes, mas nenhuma medida emergencial foi tomada para reverter a situação.

REIVINDICAÇÕES

Imagem da Internet
Com a greve 19 mil crianças estão sem estudar, e outras 30 mil estão fora da sala de aula porque não tem vaga na rede municipal.

O Sintep, subsede de Várzea Grande, coloca em pauta três grande eixos que devem ser melhorados: área administrativa, pedagógica e estrutural.

Na área administrativa, exigem a regularização de férias vencidas (muitos funcionários não tem férias há 3 anos, caso de muitos vigias), problemas de perícia médica e planos de cargos e salários, para citar alguns. Pagamento de sálarios de muitos professores que estão sem receber desde fevereiro deste ano.

Na parte pedagógica, Maria Aparecida diz que o município de Várzea Grande não tem política educacional consistente. “Não há uma lei específica que regulamente a política educacional aqui na  cidade”, aponta.

A estrutura é apontada como um dos setores mais deficientes, porque é a que recebe os milhares de alunos assistidos. “A maioria das escolas não atende as exigências do Plano Nacional de Educação. Tem creches com cerca de 25 crianças de 1 a 2 anos, isso está enquadrado como superlotação. Além de muitas escolas não terem refeitório, não tem biblioteca, nem brinquedoteca. Se fosse olhar a precariedade muitas unidades deveriam ser fechadas”, argumentou.

OUTRO LADO

O Hipernotícias entrou em contato com o secretário de Comunicação da cidade, Wilson Pires. Informou que o novo secretário que deve ser empossado nos próximos dias, Issac Nassarden, tomará posição o mais breve possível.

Wilson Pires adiantou que as folhas salariais dos professores estão regularizados, contrapondo o que disse anteriormente a sindicalista Maria Aparecida. Sobre a Plano de Cargos e Salários Wilson informou que está fechado com a categoria.

Sobre os outros problemas, o secretário afirma que a Prefeitura de Várzea Grande está tentando resolve-los aos poucos.