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Quinta-feira, 23 de Julho de 2020, 22h:00

1º Secretário entra na justiça contra ato de Administrador Provisório

DA EDITORIA

Reprodução

Pastor Nelson Barbosa

 Pr Nelson Barbosa, que pediu cancelamento de assembleia geral

 O primeiro-secretário da diretoria da subsede da Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Cuiabá e Várzea Grande, pastor Nelson Barbosa Alves, ingressou nesta quinta-feira (23) com uma manifestação na 9ª Vara Civil de Cuiabá pedindo a suspensão ou o cancelamento da Assembleia Geral convocada para o dia 4 agosto para homologação do novo presidente da instituição. A medida representa a primeira crise do Administrador Provisório Enézio Barreto Rondon, nomeado pela justiça no último dia 14, com a diretoria da subsede.

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O pedido foi fundamentado na proibição da prefeitura de realização de aglomeração de pessoas na cidade por causa da pandemia, e também pelo método de votação por aclamação, que não seria apropriado porque o nome do indicado para assumir a presidência, Pastor Silas Paulo de Souza, não é consenso.

De acordo com a petição, foram convocados todos os membros da igreja para a Assembleia Geral do dia 4, o que daria mais de 20 mil pessoas.

“Inclusive, ao agendar reunião do Ministério para o dia 11/07/2020, a fim de deliberar sobre a sucessão, ante a omissão do Estatuto, o Interessado (...) foi notificado pela Prefeitura recomendado que a reunião não fosse realizada, em virtude da pandemia, motivo pelo qual foi cancelada. Ora, se a Prefeitura não possibilitou a realização de reunião com menor número de participantes, poderia permitir reunião muito maior?”, indaga Nelson na petição.

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Já o motivo político da ação judicial, no entanto, está relacionado à disputa interna que vem sendo travada na Assembleia de Deus pela sucessão dos pastores Sebastião Rodrigues de Souza e seu filho, Rubens Siro de Souza, que morreram no início do mês, vítimas do coronavírus.

Para presidir a igreja no lugar do pai, a Comademat (Convenção dos Ministros da Assembleia de Deus no Estado de Mato Grosso) indicou outro filho do pastor Sebastião, Silas Paulo de Souza, que enfrenta resistências.

Na petição, o primeiro-secretário alega que a convocação contrariou o artigo 50 do estatuto da igreja, que define aprovação do nome indicado por dois terços dos presentes, e determinou votação de maioria simples, em segunda votação.

“O Administrador Provisório omite o art. 50 do Estatuto, fundamentando a convocação nos -termos dos artigos 33 e 35 do estatuto, que prevê votação por maioria absoluta, em primeira convocação, e maioria simples, em segunda, em Assembleia Geral Extraordinária, em clara afronta ao Estatuto que rege a instituição”.

A petição revela também que o Administrador Provisório decidiu fazer a convocação sem ouvir a diretoria, a quem sequer informou que faria a convocação no mesmo dia em que tiveram a primeira reunião, 16 de julho, e contesta a votação por aclamação alegando que o nome indicado não seria consenso.

“O significado da palavra aclamação é ‘manifestação unânime em que os membros de um colegiado ou assembleia aprovam uma proposição”. Como bem destacado pelo Administrador Provisório, as eleições sempre ocorriam por aclamação, uma vez que sempre foi unânime a escolha dos membros da Diretora, diante de tamanho prestígio e respeito pelo Pastor Sebastião Rodrigues de Souza. O que não se verifica no cenário atual”, frisa Nelson Barbosa.

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Ele também pede que, quando for convocada a nova assembleia, seja assegurado o voto secreto para a homologação do nome indicado, o que indica que a estratégia dos descontentes seria desaprovar o nome do Pastor Silas para forçar o Comademat a utilizar um critério mais democráticos para definir o indicado. Pelos estatutos, somente o Comademat pode indicar os nomes.

Nelson Barbosa pede ainda que “o Administrador Provisório seja advertido que o descumprimento das regras institucionais acarretará em sua substituição por outro membro indicado pelo colegiado da diretoria da Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Cuiabá e Região”.

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