A troca de críticas entre o governo de Mato Grosso e a gestão de Cuiabá ganhou um novo capítulo na entrevista concedida pelo governador Mauro Mendes (DEM) na manhã desta segunda-feira (01). À rádio Mega FM, o democrata disse ter ficado contrariado pelo fato de o Executivo da Capital ter fechado tudo após a confirmação do primeiro caso de Covid-19, o coronavírus, e, agora, com mais de 700 casos confirmados, a cidade estar retomando as atividades comerciais.
Gilberto Leite
Governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), ao lado do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB)
Para Mendes, o lockdown é uma medida necessária, mas que deve ser aplicada no momento exato a fim de não trazer maiores desconfortos para a população além dos já anunciados com a chegada da crise sanitária. O gestor afirma que a medida em Cuiabá foi precipitada.
"Em Mato Grosso, o nosso nível de atividade econômica na grande maioria das cidades é muito normal. Cuiabá foi a cidade que teve o maior índice de paralisação e redução. Eu fiquei um pouco contrariado, porque quando nós tivemos o primeiro caso fechou tudo. Mandou fechar comércio, mandou fechar tudo. Agora, com 700 casos, manda voltar tudo. Qual essa lógica?", questionou o governador.
“No primeiro caso, não tem uma curva de crescimento, tanto que estamos há 70 dias do primeiro caso, foi dia 20 de março se não me engano aqui em Cuiabá e a partir dai passamos a adotar medidas para restringir o convívio social, mas o governo nunca recomendou essas restrições econômicas”, disse o governador.
Conforme noticiado anteriormente, o governo não só não restringiu as medidas econômicas como também incentivou que as cidades mato-grossenses não tomassem nenhuma ação mais enérgica durante a pandemia enquanto a ocupação de leitos disponíveis para pacientes da Covid-19 seguir abaixo dos 60%.
Neste sentido, diversas cidades do estado seguiram as recomendações do governador e retomaram as atividades comerciais, inclusive Cuiabá. Poucas semanas após a flexibilização, foi intensificada a ascensão da curva de contágios pelo vírus em Mato Grosso.
Mendes aproveitou a entrevista para citar a Organização Mundial da Saúde no que diz respeito ao isolamento social enquanto medida preventiva. Para o governador, é preciso manter uma maior liberdade para os setores econômicos. "Está provado em muitas cidades do miundo e aqui no Brasil também que o isolamento não evita a doença de circular. Se fosse assim, em São Paulo não estaria crescendo [registro de casos]. Eles estão com metodologia de lockdonw lá e continua crescendo", disse o governador, mesmo com Mato Grosso tendo aumento o número de contágios após liberação dos comércios - conforme apontam dados da secretaria de Estado de Saúde.
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