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Artigos Quinta-feira, 05 de Maio de 2011, 08:00 - A | A

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Quinta-feira, 05 de Maio de 2011, 08h:00 - A | A

Currutela Grande

A política, que deveria ser uma solução para os problemas da cidade, acabou por aprofundá-los. É vergonhoso o que acontece com Várzea Grande, de ter três prefeitos diferentes em menos de 30 dias.

KLEBER LIMA
[email protected]

A cidade de Várzea Grande mergulhou numa crise sem fim. Consumida por problemas estruturais graves, como o desordenamento urbano, vazios urbanos que dificultam qualquer planejamento – quando há -, cidade dormitório, baixa arrecadação, baixos investimentos, altos índices de insegurança e criminalidade, saúde precária, etc. Estes são alguns destes problemas que sufocam o município, que já recebeu o título de “Cidade Industrial”, levando esse símbolo até em seu brasão.

Isso tudo exigiria uma mobilização municipal acima dos partidos e das diferenças ideológicas. Entidades de classe, clubes de serviço, igrejas, partidos, políticos, ministério público, judiciário, cidadãos, enfim, todo mundo mesmo deveria estar junto buscando soluções para tirar a cidade do caos em que vive.

Não é o que acontece, todavia. A política, que deveria ser uma solução para os problemas da cidade, acabou por aprofundá-los. É vergonhoso o que acontece com Várzea Grande, de ter três prefeitos diferentes em menos de 30 dias, e cada um alternando várias vezes no cargo. É bisonha essa situação. Hoje, quem tem juízo e não tem tempo a perder não procura a prefeitura para tratar nenhum assunto relevante. Pelo simples fato de não se saber quem responde pela cidade.

A culpa maior da situação é e deve ser debitada na conta dos políticos locais – todos eles. De tanto olharem apenas para os próprios umbigos, se esqueceram que a sociedade enxerga apenas suas pandeguices e mediocridade.

Na verdade, embora leve o nome de Várzea Grande, os políticos da cidade a tornaram uma currutela (nome que não se encontra no dicionário, mas que significa, segundo nossa tradição oral, cidade pequena, interiorana, povoado, coisa ínfima).

O prefeito eleito é Murilo Domingos, e seu vice é Tião da Zaeli. Se a justiça considera que um deles ou ambos são incompatíveis com o cargo, ou estão impedidos por algo de natureza jurídica, que os casse em definitivo. Se não acha, deixe-os governar. Do jeito que está não pode ficar, sob pena de prejuízos irreparáveis ou de reparação muito demorada e cara para a sociedade, o cidadão. É disso que se trata.

A situação de Várzea Grande só encontra paralelo na de Santo Antonio de Leverger. Mas, mesmo lá – uma cidade de fato pequena -, não houve tanta instabilidade política e jurídica como ocorre em Várzea Grande. O prefeito eleito foi Faustino, que foi cassado, o que levou o presidente da Câmara a assumir. Mas, foi convocada nova eleição, eleito outro prefeito, que também foi cassado, e de novo outro presidente da Câmara assumiu. Mesmo assim, com menos traumas – e menos descontinuidade administrativa – do que vem acontecendo em Várzea Grande.

A solução para Várzea Grande tem que ser coletiva, social. A sociedade precisa entrar em campo e tomar seu destino nas próprias mãos. Caso contrário, ficará sujeita a salvadores da pátria, que sempre aparecem em situações de crise profunda como a que se registra na cidade. Mas apenas para se aproveitar da situação, e aprofundar a crise.

Várzea Grande merece mais que os políticos que tem. Merece ser tratada como cidade grande, como segundo maior município de Mato Grosso, como integrante da região metropolitana de Cuiabá. Juntas, as cidades somam quase um milhão de habitantes.

Isso não exime de responsabilidade o senador que a cidade possui, o deputado federal e o deputado estadual. Aliás, para uma cidade que já elegeu dois governadores e dois senadores, um dos reflexos dessa crise – que não começou na atual gestão, diga-se de passagem -, é o fato de ter eleito apenas um deputado estadual nas eleições passadas, o que revela o tanto que os políticos locais estão desacreditados. E esse único deputado, mesmo assim, não tem nenhuma capacidade de ajudar na solução dos problemas da cidade, é quase um fantasma na Assembléia Legislativa.

P.S: Não encontrei a palavra “currutela” em nenhum dicionário. A palavra mais próxima é corruptela, que significa “palavra que por abuso se escreve ou se pronuncia erradamente. Corrupção”. Não deixa de representar o termo aqui empregado. No mínimo, estão corrompendo o significado e a história de Várzea Grande.

(*) KLEBER LIMA é jornalista, consultor de marketing e diretor do site Hipernoticias. E-mail: [email protected].

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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BETH MACHADO 15/06/2011

Infelizmente, vc retratou VG de hj, com muita soberania.

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1 comentários

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