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Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2019, 08h:26

Senadores citam "equívoco histórico" do TSE e apoiam Selma Arruda

O GLOBO

Um dia depois de ter a cassação confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) por abuso de poder econômico e caixa dois, a senadora Selma Arruda (Podemos-MS), recebeu a solidariedade de colegas, nesta quarta-feira. O desagravo ocorreu em sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ela não estava presente.

Alan Cosme/HNT

selma arruda na camara municipal de cuiaba

 

Ex-colega de partido de Selma, o senador Major Olímpio (PSL-SP), afirmou que a parlamentar “transborda credibilidade”. Ele disse que se entristeceu com a “pequenez” do TSE ao determinar a cassação do mandato e que a votação por 6 a 1 foi “escabrosa”.

— Logicamente, ainda cabe um recurso extraordinário no Supremo, mas maculou-se não a honra da nossa querida amiga Selma, daqui da CCJ, mas assassinando uma reputação. E de uma forma, numa agilidade que não encontra precedentes na história da legislação eleitoral no País. Nunca. Nós temos processos que tramitam por anos. Pois o da Juíza Selma foi de uma celeridade para ser pautado — reclamou Olimpio.

Selma Arruda foi condenada por abuso de poder econômico em sua eleição no ano passado, mas sua cassação não é imediata. O TSE ainda precisa notificar o Senado, que é o responsável por efetivar a decisão. A senadora ainda pode recorrer ao Supremo contra a decisão. 

Alvaro Dias (Podemos-PR) também criticou o tribunal eleitoral e teceu elogios à correligionária. Para ele, o TSE cometeu um “equívoco histórico”. Ele disse que espera a reversão da cassação pelo STF.  

— Ela é maior do que um eventual equívoco histórico que possa retirá-la da vida pública, porque ela é uma fortaleza de honradez, de decência, de dignidade e de coragem, ela é um exemplo. Aliás, eu não precisaria dizer nada, bastaria subscrever o voto do ministro Luiz Edson Fachin, mais uma vez brilhante e mais uma vez honrando a toga.

Fachin foi o único que votou contra a cassação. O relator do caso, Og Fernandes, foi seguido pelos ministros Luis Felipe Salomão, Tarcísio Vieira, Sérgio Banhos, Luis Roberto Barroso e Rosa Weber.

Também colega de partido de Selma, Lasier Martins (Podemos-PR) fez coro a Major Olímpio ao se dizer entristecido com a decisão. 

— A impressão que eu recolhi, ouvindo atentamente os votos, é de que o ministro Edson Fachin, que se tem caracterizado pela imparcialidade, pela cultura jurídica, como um dos melhores ministros que nós temos nesse Supremo hoje tão discutido, fez um exame minucioso e profundo, durante uma hora e meia, daquele processo que estava sob julgamento. No entender dele, a absolvição da senadora Selma era o melhor caminho, porque ele não encontrou provas cabais para a condenação que ela acabou sofrendo dos demais — concluiu o paranaense.

Presidente da CCJ, Simone Tebet (MSB-MS) foi mais discreta em seu apoio à colega. Ela manifestou solidariedade e disse aguardar o recurso que a senadora cassada deve apresentar. No plenário, o primeiro senador a se manifestar sobre o caso foi Plínio Valério (PSDB-AM).