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De acordo com a delegada Cristiane Carvalho, da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investiga o caso, o crime aconteceu por volta das 15h na escadaria conhecida como Santuário. Moradores da região encontraram o corpo da menina caído no local e, por ser área de risco, o levaram para a esquina da Rua Senador Nabuco com a Silva Pinto, um dos acessos à comunidade.
"Ele alegou que o disparo foi acidental. Mas ela foi atingida na testa e ele não prestou socorro, vindo a fugir da comunidade", conta a delegada, que fez a prisão em flagrante de Jeferson, nesta madrugada. "Ele foi encontrado na calçada da 20ª DP (Vila Isabel) e responderá pelo crime de feminicídio, cuja pena pode chegar a 30 anos de prisão".
Em seu depoimento na delegacia, Jefeson disse que faz parte do tráfico do Morro dos Macacos, como "mula", quem faz o transporte de drogas. Ele, que é conhecido como Jefinho na organização criminosa, já tem duas passagens pela polícia, por porte de drogas e furto.
"Testemunhas informaram que o autor era violento e que já havia agredido a vítima por várias vezes, mas ela nunca denunciou à polícia", a delegada afirma. "Já em seu depoimento, ele disse que que era muito ciumento, pois a vítima era bonita e muito mais nova que ele".
FAMÍLIA REVOLTADA
A família de Gleici está revoltada com a morte da menina. Diversos parentes da menina se manifestaram pelas redes sociais sobre o caso.
"Falar em feminicídio, é falar de uma epidemia. É falar de uma cultura de violência. É falar de uma sociedade patriarcal onde a mulher é encarada como objeto. Falar de um sistema de regulação de corpos. É falar da sexualidade vigiada das mulheres. É falar de reservas de espaço publico e privado a partir da representação de gênero. Temos que ter em mente que o reconhecimento das lutas das mulheres não começa com promulgação de lei. Pelo contrario, o movimento sofre uma derrota", uma prima desabafou.
"Meu Deus, por que isso? Mais uma perda na família", outra familiar lamentou.