O porta-voz da Presidência disse que já falou com Bolsonaro hoje e que ele está "muito disposto", sendo acompanhado pela primeira dama Michelle Bolsonaro. "Nossa expectativa é muito positiva. É um homem forte mentalmente e fisicamente e vem sendo assistido por uma excepcional equipe médica", acrescentou Barros.
No último domingo, Bolsonaro passou pela quarta cirurgia após o atentado que sofreu durante a campanha eleitoral. Ontem, o médico responsável pela cirurgia de Bolsonaro, Antônio Macedo, informou que o presidente poderia ter alta entre três e quatro dias, mas que a sua liberação estava vinculada à melhora nos movimentos intestinais e ao avanço nas dietas. A expectativa é a de que o vice-presidente, Hamilton Mourão, permaneça na Presidência da República até a próxima terça-feira, dia 17.
Luiz Eduardo Ramos
Bolsonaro tem orientado o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, a fazer a interlocução com os congressistas para a agregar a base do governo no Congresso Nacional. "Confiando na capacidade dos seus ministros, o presidente Bolsonaro, neste momento, tem indicado, orientado o ministro Luiz Eduardo para que faça essa interlocução, representando-o nesse diálogo com os congressistas", disse o porta-voz da Presidência.
Segundo ele, a partir da conexão do ministro Ramos com o Congresso, o governo vai identificar as possibilidades de melhorar a capacidade de inserção das suas ideias junto aos parlamentares. Reportagem publicada pelo Broadcast , plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, ontem mostrou que o governo se esforça para reaglutinar a base governista com a liberação de emendas parlamentares e distribuição de cargos.
Questionado se essa ação do governo não seria a repetição da estratégia de gestões anteriores e que foram duramente criticadas por Bolsonaro na campanha eleitoral, Barros afirmou que a interlocução do ministro é "republicana" e orientada pelo presidente da República.
"A forma como o ministro vem dialogando é uma forma republicana. É uma forma orientada e liderada pelo senhor presidente da República", explicou Barros. "Neste momento, nós entendemos que o mais importante é ter o presidente completamente recuperado para, inclusive, a partir da sua liderança e do seu pensamento estratégico, poder juntar-se ao ministro Luiz Eduardo para apresentações da proposta do governo", acrescentou.
Conforme a reportagem do Broadcast, o governo vai condicionar a liberação de verbas para emendas parlamentares e a distribuição de cargos nos Estados a apoio no Congresso. Para monitorar se deputados e senadores estão sendo fiéis ao governo, o Palácio do Planalto começou a monitorar as redes sociais dos congressistas, os discursos dos políticos na tribuna e ainda a votação de cada um.
O objetivo do governo é usar até R$ 2 bilhões dos cerca de R$ 15 bilhões do Orçamento que serão desbloqueados nas próximas semanas para pagar emendas prometidas no âmbito da reforma da Previdência. Em contrapartida, porém, o governo está exigindo de deputados e senadores a aderência aos seus interesses.
(Com Agência Estado)
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