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Segunda-feira, 02 de Setembro de 2019, 09h:29

Pai faz DNA em vacas para encontrar leite que filho com alergia possa tomar

De 80 animais, 40 não possuem proteína que causa reação no bebê. Outras famílias que enfrentam o mesmo problema começaram a procurá-lo, e ele acabou criando um novo negócio

G1/GOIÁS

O veterinário Elisson Carvalho decidiu fazer testes de DNA em vacas para encontrar uma forma de o filho, Otávio Borges Carvalho, de 1 ano e 2 meses, tomar leite tirado na fazenda, em Mineiros, na região sudoeste de Goiás. O motivo é que o bebê possui alergia a uma proteína que compõe cerca de 80% do leite retirado da maioria das vacas: a beta caseína A1. Com o exame, ele conseguiu identificar animais que têm apenas outro tipo de proteína.

“Sabendo que o gado girolando tem a probabilidade de ter mais animais que produzem leite com a proteína A2 A2, a gente fez a genotipagem. Das 80, em torno de 40 vacas tem a produção do leite A2 A2”, contou Carvalho.

Reprodução

vacas

De acordo com o veterinário, antigamente, todas as vacas tinham a proteína A2. “Há mais ou menos 5 ou 10 mil anos, todas produziam A2 A2. Na Europa, houve uma mutação genética, e começou a ter animais que produzem leite com a proteína A1. Então, zebuínos têm a características de A2 A2”, explicou.

Negócio

As vacas que produzem leite apenas com a proteína A2 A2 são sinalizadas com uma corda no pescoço. Elas são ordenhadas separadamente. O investimento total para produzir o leite especial foi de R$ 60 mil, segundo Carvalho.

O veterinário conta que, ao comentar com amigos e parentes, outras famílias que têm alergia à proteína do leite de vaca começaram a procurá-lo e, assim, desenvolveu um novo negócio.

“A gente não imagina a quantidade de crianças que também apresentam esses sintomas e tem de parar de consumir o leite que nessa fase inicial é, praticamente, a base da alimentação”, afirma a mãe do Otávio, Jaqueline Borges Carvalho.