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Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019, 09h:59

Justiça mantém prisões de oficiais suspeitos de fraudarem origem de arma

LUIS VINICIUS

O juiz da 11ª Vara Militar, Marcos Faleiros, manteve as prisões do tenente coronel Sada Ribeiro Parreira e do tenente Thiago Satiro Albino, presos preventivamente durante a “Operação Coverage”. A ação policial foi deflagrada na manhã de quarta-feira (21) pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, Promotoria Militar e a Delegacia Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Alan Cosme/HiperNoticias

marcos faleiros

 A manutenção das prisões foi definida pelo juiz Marcos Faleiros

Sada e Thiago são suspeitos de pertencerem a um grupo criminoso composto por policiais militares que supostamente fraudaram a origem de uma pistola 9 mm pertencente ao tenente Cleber de Souza Ferreira, também alvo da ação policial. Os três militares foram presos em suas residências localizadas na Capital.

Depois das prisões, os oficiais Satiro e Parreira foram encaminhados ao Fórum de Cuiabá onde passaram por audiência de custódia. No procedimento, o magistrado manteve as prisões preventivas de ambos. Após a manutenção das prisões, os militares foram encaminhados para uma unidade militar, onde estão à disposição da Justiça.

Já o tenente Cleber não participou da audiência por já estar preso na Operação Assepsia deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Ele é acusado de facilitar a entrada de 86 celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE).

Também foi alvo da ação policial o tenente coronel Marcos Eduardo Paccola. No entanto, o policial teria sido informado da operação e impetrou um habeas corpus para impedir a sua prisão. O salvo-conduto (habeas corpus preventivo) foi deferido pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Sebastião Barbosa Farias.

Diante disso, o tenente coronel nem chegou a ser preso. A informação foi confirmada pelo advogado que patrocina a sua defesa, Ricardo Monteiro.

Operação Coverage

De acordo com a Polícia Civil, a pistola 9 mm que pertence ao Cleber, levou a DHPP, a investigar a participação do oficial em crimes de homicídios ligados aos inquéritos da operação Mercenários.

A arma foi encaminhada à Perícia Técnica e Identificação Oficial (Politec) pela Polícia Militar, para exame de balística por conta de o tenente ter, em tese, efetuado um disparo de arma durante uma festa junina da Rotam, em 2018. Depois, em 2019, a DHPP pediu perícia em todas as armas calibre 9 mm, que tinham passado pela Politec, nos últimos dois anos, para conexão a eventuais crimes de homicídios.

A Politec constatou em laudos periciais de balística a utilização da pistola em três homicídios consumados e quatro tentativas de homicídios, ocorridos entre os anos de 2015 e 2016. 

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