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Quarta-feira, 14 de Agosto de 2019, 15h:48

Esposas de detentos cobram visitas e denunciam caos na PCE

LUIS VINICIUS

Um grupo de cerca de 70 mulheres de detentos realizaram um protesto na tarde desta quarta-feira (14) em frente ao Fórum da Capital, no Centro Político Administrativo (CPA). As esposas denunciaram falta de água, luz e medicamentos na Penitenciária Central do Estado (PCE).

Luís/Hnt

mulheres de detentos
De acordo com uma delas, que preferiu não se identificar, os detentos estão em total isolamento, sem direito a visitas por tempo indeterminado. Ocorre que a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), iniciou nesta terça-feira (13.08) uma operação intensiva de revista geral na carceragem.

O objetivo seria fortalecer as ações de enfrentamento a crimes que possam ser cometidos dentro da unidade penal, além de se antecipar a possíveis atos delituosos. Além das visitas, estão suspensos os atendimentos a advogados e defensores públicos.

“A gente não quer regalias, queremos saber como está dentro da PCE, como estão nossos esposos. Lá dentro tem muitos detentos que são doentes. Já tem mais de dois meses que meu marido não consegue uma consulta com médico. Ele tem que tomar insulina três vezes por dia e não está tomando. Queremos o que é direito deles, que é a saúde, a luz e água”, disse.

O grupo afirma que o juiz Geraldo Fidélis conversou com elas, mas a situação ainda estaria sendo tratada internamente com a Sesp. 

“A gente precisa ver nossos maridos. O diretor disse que as visitas estão suspensas por 30 dias. Nunca! Não teve motim, nenhum preso reagiu, ninguém fez nada, porque 30 dias sem visita? Estão deixando sem visita para gente não ver o que está acontecendo lá. Tem preso dormindo no chão, sem roupas, tiraram tudo”.

AGRESSÕES 

O grupo afirmou ainda que os detentos têm sido agredidos pelos agentes prisionais. Uma queixa formal foi feita no dia 26 de julho e assinada por 1.512 presidiários. No documento escrito a mão, os detentos afirmam que são torturados e espancados na PCE.

“É mentira se falarem que não tem agressão. Eles batem, sim. Tem muita agressão. Em revistas normais, eles já entravam dando tiro, judiando dos presos”, afirmou uma delas.

REVISTA MINUNCIOSA

"O diretor disse que as visitas estão suspensas por 30 dias. Nunca! Não teve motim, nenhum preso reagiu, ninguém fez nada, porque 30 dias sem visita? Estão deixando sem visita pra gente não ver o que está acontecendo lá. Tem preso dormindo no chão, sem roupas, tiraram tudo".

A operação teve início às 9h desta terça-feira com revista minuciosa em todos os raios e celas da unidade prisional. 

Estão sendo verificados também as condições estruturais da área da carceragem e feita a retirada de produtos que estão em desconformidade com o estabelecido no Manual de Procedimento Operacional Padrão do Sistema Penitenciário. Após a revista geral será iniciada a reforma nas celas dos raios 1,2,3 e 4.

A operação é conduzida pela equipe da direção da penitenciária e conta com apoio de servidores de outras unidades qualificados para atuação em recinto carcerário, como contenção e intervenção.

“Nosso objetivo maior é garantir a segurança da unidade, de acordo com a legalidade devida, frustrando qualquer tentativa que possa afetar a segurança da unidade prisional e criar oportunidades de prática delituosa”, destacou o secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante. (Colaborou Ana Adélia Jácomo).