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Quarta-feira, 14 de Agosto de 2019, 10h:13

Peritos criminais se recusam a retornar para os quadros da Polícia Civil

Em consulta na Politec, categoria prefere permanecer independente, como ocorre há 30 anos

REDAÇÃO

Durante consulta realizada pela Politec com servidores do órgão, os peritos criminais decidiram permanecer independentes da Polícia Civil, como ocorre há 30 anos. O resultado foi divulgado na noite de terça-feira (13.08). Em razão de um abaixo assinado realizado pelos papiloscopistas, a direção da Politec enviou questionários a todos os servidores do órgão, com o seguinte questionamento: “Você é a favor no retorno à Polícia Judiciária Civil (PJC)?”.

Reprodução

Peritos criminais/vota??o/PJC

De acordo com o presidente do Sindicato dos Peritos Criminais (Sindpeco), Antonio Magalhães, o “Sim” foi unânime entre os papiloscopistas, querendo retornar aos quadros da Polícia Civil. Assim, garantiriam dentro da Reforma da Previdência a aposentadoria especial, como nas carreiras policiais.

“Diferentemente de outros Estados, em Mato Grosso os peritos oficiais, técnicos de necrópsia e papiloscopistas perderam o porte de arma e estão ficando de fora da aposentadoria especial policial por terem bancado lá atrás, há quase 30 anos, a autonomia técnica e funcional, se desvinculando da Polícia Civil. É normal que nesse contexto, algumas carreiras procurem outras formas de garantir seus direitos”.

Para os peritos criminais, um eventual retorno à Polícia Civil traria retrocesso, pois significaria a perda da autonomia técnica e funcional. “Há anos somos chefiados por perito oficial de carreira, temos sedes próprias, orçamento próprio. Dentro do nosso compromisso com a verdade técnica e a ciência forense, a autonomia protege os peritos e a própria sociedade de qualquer possibilidade de interferência nos resultados das perícias que realizamos”.

Na avaliação do presidente do Sindpeco, o resultado da consulta da Politec entre os peritos criminais mostrou amadurecimento e comprometimento da categoria com a sociedade. “Mesmo que ainda tenhamos que continuar indo desarmados para locais de crime, andando centenas de quilômetros por dia sem qualquer auxílio policial e ter uma aposentadoria diferente da maioria dos peritos do Brasil, preferimos lutar por nossos direitos de cabeça erguida”.