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Copa Pantanal Quarta-feira, 13 de Abril de 2011, 18:49 - A | A

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Quarta-feira, 13 de Abril de 2011, 18h:49 - A | A

TRANSPORTE PÚBLICO URBANO

É preciso planejamento de até 30 anos nas instalações de agora

HONÉIA VAZ / ESPECIAL PARA O HIPERNOTÍCIAS

Assessoria

Nesta entrevista, Otávio Vieira da Cunha Filho, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), a partir do questionamento sobre a melhor opção - BRT ou VLT, primeiramente destaca a necessidade de um planejamento para sistemas de transporte em rede, vital a qualquer capital da atualidade e centros urbanos em pleno crescimento, com prospecção acima de 15 anos e podendo ser de até 30 anos.

Atuante no setor de transportes desde 1965 e contando com a experiência em diretoria do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belo Horizonte (Setransp/BH), e da Confederação Nacional do Transporte (CNT), entre outras, Otávio enfatiza que quaisquer que sejam as escolhas presentes dos gestores públicos em termos de sistema e veículos, nestas devem estar o traçado estrutural do plano prevendo os próximos 20 a 30 anos, pois nada justifica sobrepor um sistema ao outro, pensando em uma operação agora para trocá-lo daqui a alguns anos, a custo de prejuízos dos orçamentos públicos, quando se é possível um plano de médio e longo prazos, em que se contemple a extensão da rede, antevendo médias e grandes capacidades de transporte versus aumento dos usuários em x anos.

Hipernotícias - Face a perspectivas de desenvolvimento socioeconômico e demandas futuras, e as tantas ações governamentais para atração de grandes empresas para seus municípios, como acontece a influência dos sistemas deTransporte Público para uma região?

Otávio Vieira - Ele é indutor de progresso. Ao longo de grandes corredoresde transporte coletivo muitas atividades se desenvolvem áreasresidenciais, áreas comerciais... O Transporte Público primeiramente tem afunção de atender ao usuário, lembrando que cerca de 80% das pessoas no Brasil dependem muito deste meio, é cativa  disso. Depois, na distribuiçãode maneira inteligente, vem atender ao interesse do Comércio, da Escola, e assim a todas as outras atividades.

 Hipernotícias - Por outro lado, longe desta previsão indutora, há na verdade uma crise em termos de Transporte Público e de Mobilidade Urbana no Brasil,não é?

Otávio Vieira - O Governo Federal, por cerca de 25 anos, e até então, esteve ausente desta questão. Mas, a reboque de Jogos Olímpicos e Copa 2014, o Governo Federal, no PAC 1, denominado da Mobilidade, liberou cerca de R$ 11 bilhões para 9 cidades brasileiras para construção de 24 corredores de BRT, incluindo Cuiabá. No PAC 2, foram liberados mais R$ 18 bilhões, para cidades com mais de 700 mil habitantes, que, no caso de áreas conurbadas, como Várzea Grande-Cuiabá, acredito que sejam viáveis projetos que enquadrem a integração.
Mas, é certo que não temos políticas públicas no Brasil para Transporte Público. Agora é que está tramitando no Senado uma Lei de Diretrizes para esta área. A responsabilidade de gerir os serviços fica a cargo dos municípios sem que haja uma legislação maior que defina os critérios. Por isso, temos sim hoje uma grave crise de Mobilidade Urbana na maioria ou em todas as capitais brasileiras, agravada pelo fato de que com a estabilidade da moeda e aumento de poder aquisitivo do brasileiro aumentou-se o número de carros e motos.

Hipernotícias - E nesta busca por melhoria na Mobilidade Urbana, deparamos com antigas estruturas de centros urbanos.brasileiros (ruas estreitas, inexistência de avenidas amplas, etc.). O senhor acredita que justifica a troca de um modal de transporte mais barato por um mais caro, visando menos desapropriações, quando o assunto é um centro comercial?

Otávio Vieira - Geralmente os antigos centros são muito concentrados e de ruas estreitas. Não é uma questão muito fácil, pois estas cidades não tiveram seus planos diretores respeitados no passado e nem havia muitos recursos para isso. É preciso, claro, esgotar antes todos os recursos para evitar a desapropriação. Pode-se usar ônibus convencionais até uma parte e se completar o ciclo do percurso, onde está a maior concentração de estabelecimentos comerciais, com microônibus, por exemplo, usando o bilhete único (integração de passagem). Pode-se alterar rotas. Enfim, há várias soluções, de acordo com a demanda e situações. É preciso quebrar a cabeça até chegar ao ponto em que se justifica realmente a desapropriação.

Hipernotícias - Neste necessário processo de busca pela Mobilidade Urbana e modernização do Transporte Público Urbano, como o senhor vê os sistemas e tecnologias disponíveis (BRT, VLT, Monotrilho, ônibus convencional...)?

Otávio Vieira - Cada modal tem sua função e pode integrar uma rede de transporte, proporcionalmente à necessidade das grandes cidades e oportunidades de investimentos é preciso construir uma lógica de aplicabilidade de cada opção na rede de transporte qual o número de usuários, o tamanho da cidade e sua população, entre outros fatores. As únicas ressalvas é que se deve antes esgotar alternativas mais baratas e, importante, que da mesma forma possam atender à demanda.

Hipernotícias - VLT. Como o senhor o classificaria, tendo em conta que já contamos com o BRT, admitido por inúmeros gestores públicos como tecnologia interessante de Transporte Público para o Brasil?

Otávio Vieira - O BRT é uma tecnologia nacional e até 5 vezes mais barata. O VLT é também mais um modal que pode ser utilizado no Transporte Público, podendo, perfeitamente, integrar uma rede de ônibus, VLT, metrô, etc...

Hipernotícias - Então BRT x VLT não se opõem?

Otávio Vieira - Não se opõem. Eles, consequentemente, são interpostos em uma rede lógica, objetivando atender à necessidade de deslocamento por meio de sistemas inteligentes, em menor tempo e levando as pessoas até o mais próximo de seu destino, respeitando-se a taxa de ocupação (passageiros por metro quadrado). Esta taxa de ocupação, em termos de conforto previsto nos
critérios, é um grande desafio, já que na maioria das cidades o escalonamento de horários coloca os picos em apenas determinados períodos 6h/8h30; 17h30/19h30.

Hipernotícias - Nesta concepção do senhor, colocando que devem ser esgotadas alternativas eficientes e mais baratas, é preciso antes buscar um planejamento para o futuro, de forma que haja expansão da rede de Transporte Público e não destruição do sistema anterior para sobreposição de outro, por falta de planejamento?

Otávio Vieira - Planejamento é para qualquer atividade. Importante fazê-lo a partir do Plano Diretor da cidade, no qual estão organizadas todas as atividades. E não para 5 ou 10 anos, mas para 20 a 30 anos, implantando no sistema do presente esta previsão futura. Hoje temos sistemas inteligentes e cálculos que simulam esta progressão e permitem prever a demanda futura. É claro que poderão aparecer algumas surpresas, a exemplo de uma grande indústria para a região e ser necessário um suporte de transporte maior. Mas, temos como nos preparar e, não estando engessados em um sistema, e respeitados os pontos de saturação dos corredores, podemos atender ao crescimento por meio desta previsão estudada. E neste planejamento pode e deve haver previsão do funcionamento em rede de meios como metrô, BRT, VLT, ônibus. Normalmente, tendo o Plano Diretor, a rede de transporte estruturante é basicamente definida em torno de dois eixos: Norte-Sul, Leste-Oeste e assim desdobrada corretamente.

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