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Terça-feira, 12 de Abril de 2011, 17h:10

MPE desarticula quadrilha que extraía madeira em terras de preservação

Parte do bando agia desde a década de 80 na invasão de terras

ALIANA CAMARGO

Foto da Internet
A quadrilha extraiu de forma irregular o equivalante a 506 caminhões de madeira.

 

O Ministério Público do Estado desarticulou quadrilha que atuava no norte do Mato Grosso por meio da operação São Thomé. A quadrilha atuava na invasão de terras e grilagem em aréas de preservação ambiental para extração indiscriminada de madeiras.
 
A 15ª Promotoria de Justiça Cível de Defesa do Meio Ambiente Natural, ofereceu denúncia contra 18 pessoas, todas envolvidas num esquema de legalização de terras e venda ilegal de madeiras que lhes rendiam lucros na ordem de R$ 2,2 milhões.
 
De acordo com o inquérito policial, expedido no dia 07 de Abril deste ano, os denunciados são especializados no comércio ilegal de madeira. Nos cálculos apresentados, foram quantificados aproximadamente 15.186,73 m3 de produtos florestais. Esse número equivale a 506 (quinhentos e seis) caminhões cheios de madeira.
 
Parte da quadrilha agia desde da década de 80 na invasão de fazendas particulares. Além dessas terras, os criminosos também extraíam madeiras de locais não autorizados como Unidade de Conservação, Terras Indígenas e Áreas de Preservação Permanente.
 
A grupo contava com um verdadeiro esquema para conseguir a legalização de documentos sobre as propriedade de terras, alguns emitidos junto ao Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para efetivação da exploração e venda ilegal de madeira.
 
Um desses esquemas contou com a cooperação do tabelião da Comarca de Peixoto de Azevedo, Antônio Ferreira Guedes, que fez o reconhecimento de assinatura falsificada do empresário José Bianchini, representante de uma das fazendas que foi invadida pela quadrilha. O contraditório é que Antônio Guedes reconheceu a assinatura em 1986, porém, só tomou posse do cargo de tabelião em 1987.
 
A Delegacia Regional de Sinop começou a investigar os criminosos em junho de 2010 e logo que obteve dados consistentes apresentou ao MPE para efetivar as punições legais. O grupo deve responder por formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção ativa, denunciação caluniosa, esbulho possessório, além de crimes relacionados à destruição de floresta considerada de preservação permanente.
 
Denunciados:
 
A quadrilha é composta por dois empresários, um tabelião, um ex-policial civil, três engenheiros florestais, dois agrimensores, um agrônomo, um advogado e servidores públicos.
 
No laudo da promotora de justiça Ana Luiza Avila Peterlini de Souza, ela diz que é notável que a os líderes da quadrilha tinha muita influência no meio em que vivia, e se utilzava desse recurso pra praticar crimes contra o meio ambiente.
 
Os denunciados são:
Presos
Rodrigo Lara Moreira
Antonio Paulo de Oliveira
Gilmar Aliberti
Luiz Carlos de Melo
José Almir de Melo

Sem mandado de prisão
Rogério Bedin
Jacondo Bedin
Antonio Guedes Ferreira
Jackson Monteiro de Medeiros
Roselayne Laura da Silva Oliveira
Pericles Pereira Sena
João Veriano da Silva
Cleyton Aguiar de Figueiredo
João Ricardo de Matos
João Batista da Silva
Idevan Fernandes Savi
Leonel Moreira
Antônio Fernando Alves dos Santos.