A projeção continua acima do centro da meta, de 3%. Isso indica que a trajetória de juros embutida no relatório Focus é insuficiente para fazer a inflação convergir ao alvo no período de seis trimestres observado pelo BC. Hoje, as medianas indicam que a Selic estará em 15,0% no fim deste ano e vai cair a 12,38% no fim de 2026.
Nesta quarta-feira, o Copom manteve a Selic em 15,0%, em uma decisão unânime. A decisão era esperada por todas as 38 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast.
Ao justificar a decisão, o colegiado disse que o ambiente externo se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados. "O Comitê segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos EUA ao Brasil, e como os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetária e os ativos financeiros, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza. O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho", diz o comunicado.
A cotação do dólar usada pelo comitê em suas projeções caiu de R$ 5,55 na última reunião, de julho, para R$ 5,40 agora. A mediana do Focus para o IPCA de 2025 passou de 5,09% na reunião anterior para 4,83% agora. Para 2026, foi de 4,43% para 4,30%. Para 2027, passou de 4,0% para 3,90%.
A projeção do Copom para o IPCA acumulado em 2025 passou de 4,9% para 4,8%, ainda acima do teto da meta, de 4,50%. A estimativa para 2026 se manteve em 3,6%.
Todas as estimativas levam em conta a evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC), a trajetória da Selic embutida no relatório Focus e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a subir 2% ao ano posteriormente.
Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou a sua projeção para a inflação de preços livres em 2025 (5,1% para 5,0%), manteve em 3,5% para 2026 e no primeiro trimestre de 2027, em 3,3%. A projeção para os preços administrados passou de 4,4% para 4,3% este ano, de 4,0% para 3,8% no próximo e de 3,9% para 3,8% no horizonte relevante.
Juros reais
Com a manutenção da Selic em 15%, o Brasil continua com a segunda maior taxa de juros reais do mundo, de 9,51%, segundo ranking do site MoneYou. O País está atrás apenas da Turquia, com 12,34%. A Rússia aparece no terceiro lugar, com 4,79%. Depois, figuram no ranking Colômbia (4,38%) e México (3,77%).
O BC calcula que a taxa real neutra de juros do Brasil - que não estimula, nem deprime a economia - é de 5,0%.
(Com Agência Estado)
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