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Economia Terça-feira, 12 de Junho de 2012, 15:59 - A | A

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Terça-feira, 12 de Junho de 2012, 15h:59 - A | A

REFLEXOS DO IPI

Mais de 4,8 mil carros foram vendidos no Estado em menos de um mês de redução do IPI

Decreto foi publicado no último dia 22, vale até agosto e prevê redução do imposto na compra de carros novos

KARINE MIRANDA

A menos de um mês do decreto que reduz o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para a compra de carros e o decreto que trata da diminuição do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para todas as operações de crédito de pessoas físicas, o Estado já teve um acréscimo nas vendas de automóveis de 22,11% quando comparado ao mês anterior. Ou seja, 4,8 mil veículos novos estão rodando em Mato Grosso.

O pacote de medidas foi aprovado no último dia 22 com o objetivo de estimular o crédito no país e a atividade econômica no país, e os objetivos estão sendo alcançados no Estado, segundo Manoel Guedes, diretor regional da Federação Nacional de Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Ao todo, foram emplacados 3,210 automóveis, 1,439 comerciais leves, 218 caminhões e nove ônibus. No mês passado, em abril, foram 2,630 automóveis, 1,076 comerciais leves, 216 caminhões e 34 ônibus. À exceção do ônibus, todos os outros apresentaram saldo positivo em relação ao comercializado em abril. Tudo isso devido ao casamento da redução do IPI e o IOF que possibilitou o amplo acesso à compra dos automóveis. “Cerca de 60% dos negócios que fechamos foram realizados nesses últimos dez dias. É uma demanda reprimida que pensava em comprar carro no fim do ano, mas que está antecipando a compra devido as reduções”, explica.

No acumulado dos cinco primeiro meses de 2012 foram registrados 43,673 emplacamentos contra 46,080 em 2011. No percentual, a diferença é de -5,22%. Isso sem a publicação do decreto que reduz o imposto, que já possibilita o acréscimo na comercialização.

O incremento das vendas foi possível, pois, segundo consta no decreto, para a aquisição de automóveis, as empresas que estão instaladas no Brasil terão seu IPI para carros de até mil cilindradas (1.0) será reduzido de 7% para zero até o fim de agosto deste ano. Para carros importados de fora do Mercosul e México, a alíquota cairá de 37% para 30%.

Para veículos de mil cilindradas (1.0) a duas mil cilindradas (2.0), a alíquota para carros a álcool e "flex" (álcool e gasolina), para empresas instaladas no Brasil, será reduzida de 11% para 5,5%. Para os carros importados, a alíquota será reduzida de 41% para 35,5%.

Já para carros a gasolina de mil a duas mil cilindradas, o IPI cairá de 13% para 6,5% para carros produzidos no Brasil e de 43% para 36,5% para veículos de fora do Mercosul e México. No caso dos utilitários, a alíquota será reduzida de 4% para 1% (empresas instaladas no país) e, para carros importados, cairá de 34% para 31%.

“Novamente o Governo Federal percebeu a necessidade de intervir para equilibrar a balança entre a oferta e procura. Temos, ainda, a redução do IPI para veículos importados de fora do Mercosul ou México. Nesse caso, a redução pode chegar até R$ 5 mil em alguns modelos”, assegura o diretor.

Além disso, a redução dos preços por parte das próprias concessionárias também tem sido um aliado para quem pretende adquirir um veículo novo, já que estas oscilam entre 2% e 4%. 

Robson Silva

Mais de 4, 8 mil carros foram vendidos no Estado em menos de um mês de redução do IPI

CRISE

Embora tenha um incremento expressivo nas vendas, o segmento ainda se mantém abaixo do registrado em comparação com o mesmo período que o mês anterior. Somente nos últimos dias de maio, o setor conseguiu recuperar o fôlego da queda que o segmento vinha passando. Isso devido à restrição nas concessões de crédito que fez com que o Estado registrasse vendas abaixo do esperado.

Manoel Guedes lembra que a restrição do crédito foi oriunda das medidas adotadas em 2009. A estabilidade de emprego, comprovação de renda e a concessão do crédito facilitado na época deu origem a financiamentos de inúmeras formas que consequentemente aumentaram a vendas nos veículos. No entanto, no ano seguinte, 2010, foi registrado também o aumento da inadimplência do consumidor.

A inadimplência de instituições financeiras atingiu a marca de 5,7% que fez com que os bancos se tornassem mais criteriosos na concessão do crédito no ano seguinte, 2011, que desaqueceu o consumo de veículos. “Os bancos se assustaram e reduziram as concessões de crédito que desestimulou o consumo e fez com que o governo adotasse uma medida para novo aquecimento, esse decreto”, explica.

No entanto, embora pareça que este novo decreto possibilitará uma retomada de mercado em crise semelhante ao registrado em 2009/2010, Guedes não acredita nessa possibilidade. “Os consumidores estão mais maduros e analisando mais, além dos bancos mais criteriosos para conceder, mas sem deixar de realizar a concessão”, pontua.

CUIABÁ

Na capital, em maio, foram emplacados 1,886 veículos, sendo eles 1,399 automóveis, 436 comerciais leves, 48 caminhões e três ônibus. Já no mês passado, em abril, foram 1,081 automóveis, 361 comerciais leves, 46 caminhões e sete ônibus. À exceção do ônibus, que registrou queda de 57,14% todos os outros apresentaram saldo positivo em relação ao comercializado em abril.

BRASIL

No último mês, a Fenabrave registrou a segunda melhor marca para o mês desde 1997. No país inteiro foram emplacadas 437,471 unidades. Isso representa alta de 12,15% sobre as 390,085 unidades de abril de 2012, mas uma queda de 10,76% ante maio de 2011, que foi o melhor mês de maio dos 15 anos com 490,193 veículos emplacados.

 

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Mayke Toscano/Hipernotícias

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