O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021, que melhor capta as apostas para a Selic nas reuniões do Copom em 2020, hoje o mais líquido, começou a semana do Copom girando 148,5 mil contratos, muito abaixo da média diária de 240 mil registrada nos últimos 30 dias. A taxa rompeu mais um nível, o de 1,90%, encerrando a 1,895% (mínima), de 1,903% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2023 fechou com taxa estável em 3,65%. E a taxa do DI para janeiro de 2027 encerrou a 6,06% (mínima), de 6,07% no ajuste de sexta-feira.
André Alírio, operador de renda fixa da corretora Nova Futura, afirma que em "condições normais", períodos de começo de mês costumam ser marcados por um certo apetite do investidor, o que não parece ser o caso desta vez. "Em início de mês, o direcional está mais para cima, há uma certa animação, mas este mês parece que o pessoal quer dar uma segurada diante das indefinições do cenário", afirma. Segundo ele, como o mercado já está bem posicionado para o corte da Selic, agora espera alguma sinalização do comunicado sobre os passos seguintes para montar posições, o que ajuda também a explicar o volume mais contido.
Entre as indefinições do cenário está a dúvida sobre o que terá mais peso na avaliação do comitê. Há sinais de retomada da economia sem pressões inflacionárias de um lado, mas também aumento dos riscos fiscais e a discussão sobre o limite inferior da Selic de outro, e tudo deve ser calibrado na linguagem do comunicado. "É realmente um jogo de xadrez, mas já com poucas peças para se movimentar", disse Alírio.
Na curva, a precificação apontava 83% de chances de queda da Selic para 2% na quarta-feira, ante 17% de probabilidade de manutenção. Para setembro, havia 32% de chance de queda de 0,25 ponto. Os cálculos são do Haitong Banco de Investimento.
(Com Agência Estado)
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