No caso do IAEmp, que mede a percepção do empresariado em contratar mais ou menos funcionários a partir de uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor da FGV, a parada na piora pode estar relacionada tanto ao fato de que o próprio ciclo da atividade econômica pode ter atingido o fundo do poço em abril quanto ao efeito das medidas emergências de manutenção de empregos lançadas pelo governo federal.
Por causa do segundo aspecto, Tobler alerta que o IAEmp poderá passar por novas rodadas de piora, indicando demissões por parte das empresas, em função do ritmo da recuperação da economia nos próximos meses. Se a velocidade da recuperação ratear, quando passarem os efeitos das medidas temporárias, as empresas poderão chegar à conclusão de que seus quadros de pessoal estão maiores do que o necessário para dar conta da demanda, e promoverem novas rodadas de demissões.
O ritmo da recuperação da economia nos próximos meses também ditará os rumos da percepção dos consumidores, medida pela FGV com o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD). O ICD caiu 2,2 pontos em junho ante maio, primeira queda após avançar 7,7 pontos no acumulado de março a maio.
Com 97,4 pontos em maio, o ICD está abaixo do pico, de 103,6 pontos, registrado em dezembro de 2016, quando a recessão de 2014 a 2016 chegava ao seu fundo do poço. Naquela ocasião, o mercado de trabalho foi piorando aos poucos, mês a mês.
Agora, segundo Tobler, a queda de junho parece ter sido uma "acomodação" após as altas de março a maio. Por isso, é difícil imaginar que haja uma "reversão de tendência" no movimento de alta do ICD. Se a velocidade da recuperação ratear, novas pioras do mercado de trabalho tenderão a elevar o desemprego, impactando negativamente a percepção dos consumidores.
(Com Agência Estado)
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