O mês de maio também foi o terceiro consecutivo em que houve registro de depósitos líquidos. Em março, quando a pandemia do novo coronavírus fez com que o isolamento social se intensificasse, com reflexos sobre a atividade econômica, as famílias já haviam depositado R$ 12,169 bilhões líquidos na poupança. Em abril, foram R$ 30,459 bilhões.
Esta corrida para a caderneta é justificada pela postura das famílias em relação à crise e pelas ações do governo para manter a renda da população.
No mês passado, o Banco Central já havia citado, por meio de documentos oficiais, que existe o risco de que a pandemia aumente a "poupança precaucional" no Brasil. Em outras palavras, o BC vê o risco de que as famílias, com medo do desemprego e da redução da renda, aumentem depósitos em aplicações como a caderneta de poupança, para formar um "colchão" em caso de emergências. Isso é visto com ressalvas, porque mais dinheiro na poupança significa menos consumo - e ainda mais dificuldades para as empresas brasileiras.
Outro fator que contribuiu para o aumento dos depósitos na poupança foi o pagamento do auxílio emergencial à população de baixa renda, no valor de R$ 600. É de se esperar que parte dos depósitos, que começaram a ser feitos em 9 de abril, siga depositado na caderneta de poupança.
Os dados de maio mostram que os depósitos brutos na caderneta foram de R$ 235,062 bilhões, enquanto os saques atingiram R$ 197,861 bilhões. Com isso, chegou-se à captação líquida de R$ 37,201 bilhões. Considerando o rendimento de R$ 2,203bilhões de maio, o saldo total da poupança atingiu R$ 921,067 bilhões no mês passado. Em 2020 até maio, a poupança acumula depósitos líquidos de R$ 63,901 bilhões.
Atualmente, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic. A Selic, por sua vez, está em 3,00% ao ano, no menor patamar da história.
Esta regra de remuneração vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).
(Com Agência Estado)
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