Puxado pelo segmento de bancos, e com ganhos bem distribuídos a outros setores, como os de siderurgia, consumo, serviços, utilities e construção, o principal índice da B3 fechou nesta segunda-feira em alta de 4,25%, aos 85.663,48 pontos, atingindo assim o maior nível de encerramento desde 10 de março, aos 92.214,47 pontos. O giro financeiro totalizou R$ 21,2 bilhões na sessão, com o Ibovespa oscilando entre mínima de 82.193,33 e máxima de 85.875,60 pontos. No mês, o Ibovespa avança 6,41%, cedendo agora 25,93% no ano.
"O que aconteceu hoje ainda refletiu o que tivemos no fim da sexta-feira, quando, com o índice a vista já fechado, os futuros do Ibovespa saíram de uma queda de 1% para uma alta de quase 2%, enquanto o mercado ia tomando conhecimento do vídeo da reunião de 22 de abril", diz Matheus Soares, analista da Rico Investimentos. Ele acrescenta que, apesar de todo o ruído em torno da reunião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi prestigiado pelo presidente Jair Bolsonaro. No momento em que fazia críticas a outros setores do governo, especialmente a áreas de inteligência, Bolsonaro se referiu a Guedes de forma bem positiva, ministro sobre o qual tinha "zero" a reclamar.
"Em breve fala, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou na reunião a importância do teto de gastos como premissa que permitiu a redução dos juros, e Bolsonaro fez uma observação depois, no que pareceu um grau de alinhamento com a equipe econômica e a questão fiscal", acrescenta Soares.
Em outra passagem mais notória da reunião, a retórica urgente utilizada pelo ministro da Economia, ao comentar a necessidade de privatizar o Banco do Brasil, colocou a ação ON da instituição na ponta do segmento nesta sessão, em alta de 10,49% no fechamento. Entre as blue chips, destaque também para Petrobras PN e ON com ganhos, respectivamente, de 4,34% e 4,20% no fechamento, em dia positivo para o petróleo. Na ponta positiva do Ibovespa, Via Varejo subiu hoje 15,57%, seguida por CVC (+13,07%), Sabesp (+12,97%), Cyrela (+12,43%) e MRV (+12,12%).
A perda de força para os preços da carne brasileira na China colocou as ações de frigoríficos em terreno negativo na sessão, com Marfrig em baixa de 2,61% e Minerva, de 1,79%. A acomodação do dólar abaixo de R$ 5,50, a R$ 5,4579 (-2,18%) no fechamento de hoje, contribuiu para segurar mais uma vez as ações do setor de papel e celulose, com Suzano na ponta negativa do Ibovespa, em baixa de 2,36%, superada apenas por Marfrig, com Klabin logo abaixo (-1,72%), pouco atrás de Minerva. Ao fim, apenas sete ações do Ibovespa fecharam hoje no negativo, entre as quais Vale (-0,34%).
Até o meio da tarde, as compras de ações na B3 estavam concentradas em seis instituições, quatro das quais estrangeiras, com Goldman Sachs na ponta, enquanto XP era a maior vendedora da sessão. No mesmo intervalo, Banco do Brasil se mantinha entre as duas mais negociadas ações do dia. "À parte a questão da saúde, privatização é como música para os ouvidos do mercado. E mesmo que a efetiva venda do Banco do Brasil seja algo bem difícil de o Congresso aprovar, a referência ao BB mostra preocupação com a qualidade da gestão, o que acaba ajudando também o papel", diz um operador.
(Com Agência Estado)
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