Segundo a empresa, o desempenho reflete a intensificação das entregas de sementes de soja, mas as margens recuaram em razão da alta dos juros e da volatilidade das commodities. "Crescemos 56% em faturamento e 26% em resultado. Os principais detratores foram juros mais altos e margens mais apertadas, além da variação dos preços das commodities", afirmou o CEO, Marino Colpo. "Poderíamos ter faturado ainda mais, mas preferimos descartar parte das sementes para manter nosso padrão de qualidade acima de 90%", acrescentou.
A despesa financeira aumentou de R$ 24 milhões para R$ 36 milhões no trimestre. "Vendemos mais e crescemos, mas o lucro ficou abaixo do que gostaríamos. Ainda assim, mantivemos resultado positivo enquanto várias empresas do agro tiveram prejuízos", disse Colpo.
O diretor financeiro e de Relações com Investidores, Felipe Marques, destacou que o juro alto foi o principal fator que limitou a expansão do resultado líquido. "Tivemos um impacto financeiro relevante, mas acreditamos que o pico já passou. Fizemos duas grandes captações via CRA em taxas prefixadas e depois aplicamos swap para porcentual do CDI, o que deve nos beneficiar com a queda da Selic", afirmou.
Segundo ele, o trimestre teve maior intensidade comercial, com parte das entregas normalmente previstas para o quarto trimestre antecipadas pelo início mais rápido do plantio. "Começamos forte, as chuvas em Mato Grosso interromperam e parte do faturamento ficou para o quarto trimestre", disse. Marques acrescentou que as margens também foram pressionadas pelo aumento de cerca de 40% no volume produzido e por maiores despesas com logística. "Fizemos mais operações CIF e isso reduz a margem quando você olha no final do dia", afirmou.
A carteira de pedidos atingiu R$ 862 milhões, o maior volume já registrado para um quarto trimestre, sendo R$ 761 milhões em sementes de soja, crescimento de 18% sobre o terceiro trimestre de 2024, e R$ 101 milhões em outras culturas, alta de 206%. "É uma carteira muito firme, concentrada nas regiões Norte e Nordeste, que ainda não plantaram. Tudo indica um quarto trimestre mais forte que o do ano passado", afirmou Colpo.
A Boa Safra encerrou o trimestre com R$ 1,2 bilhão em caixa e aplicações financeiras, resultado das duas emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) realizadas em 2025, que somaram R$ 1 bilhão. "Temos 95% da dívida no longo prazo e posição de alta liquidez. A estrutura de capital está sólida e pronta para sustentar o crescimento nos próximos trimestres", disse Marques.
(Com Agência Estado)
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