Após a invasão e tentativa de queima de processos que tramitam no Tribunal de Ética e Disciplina (TED), o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OABMT), Leonardo Campos, declarou nesta sexta-feira (21), que ainda há bandidos com a carteira da OAB.
Alan Cosme/HiperNoticias
“Isso mostra que o TED tem cumprido seu papel de estar punindo advogados que desviam do postulado ético. Mas isso é comum como nas outras profissões, nós temos ainda bandidos com a carteira da OAB. Infelizmente as facções criminosas – e isso já foi detectado, tem investido na formação de profissionais de contadores, de engenheiros, de médicos e no Direito não é diferente”, disse em entrevista na Rádio Capital.
Conforme Leonardo Campos, as facções pagam a faculdade de Direito e ao final do curso, os profissionais têm o compromisso de estarem a serviço das organizações criminosas. “E os mais qualificados têm que estudar para passar em concurso de promotor, de juiz e assim funciona o crime organizado. O próprio nome já diz. Não podemos nos intimidar. Continuaremos com essa mesma firmeza, com esse mesmo rigor”, destaca.
O presidente da Ordem explicou que a entidade acionou as forças de segurança e o local foi vistoriado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso (Politec). A investigação está a cargo da Polícia Federal. “Todo o rigor exigido ao caso está sendo aplicado. Forneci a PF a relação de todos os conselheiros, de todos que circulam na ordem. A PF está fazendo um minucioso trabalho em conjunto com a inteligência da Polícia Civil”, disse.
Campos afirmou ainda que todos os processos do TED serão digitalizados para garantir uma maior segurança. “Os processos estão em fase de triagem, já fizemos inventário dos processos de modo que o próximo passo é a reconstituição. Estamos em fase de além de investimento de segurança, como também na digitalização de todos os processos do TED”, assegurou.
Invasão em janeiro
O presidente da Ordem relembrou que o prédio do Tribunal de Ética já havia sido invadido no dia 5 janeiro. Na ocasião, um homem selecionou alguns dos processos e ateou fogo. “A OAB estava fechada, eu estava viajando, parte da diretoria também. Nos acionamos a polícia que realizou uma perícia e foi constatado que foi criminoso. De pose da perícia, requeri a PF a instauração de um inquérito. Nesse ínterim, o prédio estava passando por reformas e o TED estava funcionando no prédio da Escola Superior de Advocacia”. O suspeito não foi identificado pelo crime.
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