O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para apurar uma suposta compra de votos na eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara Federal. Um dos alvos dessa investigação seria o líder da bancada de Mato Grosso, deputado federal Neri Geller (PP).
Conforme a coluna Radar Online, da Revista Veja, a decisão foi motivada pelo acordo de delação premiada do ex-executivo do grupo J&F Ricardo Saud junta à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo a revista, em delação Saud citou o pagamento, no valor de 30 milhões, para “persuadir os congressistas” de que a eleição de Cunha seria “a melhor opção para fazer contraponto à então presidente Dilma Rousseff”.
Ainda de acordo com a publicação, desta segunda-feira (9), uma das linhas de investigação trabalha com a possibilidade de que o Ministério da Agricultura, qual Geller comandou no governo Dilma Rousseff, esteja diretamente ligado ao esquema.
À época uma portaria assinada pelo então ministro, Neri Geller, baniu do mercado o uso de “avermectinas”, um agrotóxico poderoso barrado em outros países. A decisão impulsionou as exportações da J&F aos EUA. Suspeita-se que isso pode ser o fato gerador dos 30 milhões de reais aos congressistas.
Na última semana, Geller foi citado em ligações telefônicas que tratam sobre supostos pagamentos de propina, no valor de R$ 6,5 milhões, do grupo J&F, dona da JBS (Friboi), para ex-presidente Dilma e o PT.
Os áudios foram divulgados pela TV Record. Conforme a reportagem, as ligações foram feitas um mês depois do segundo turno das eleições de 2014.
Em uma das gravações, o coordenador-financeiro da campanha de reeleição da petista, Edinho Silva, orienta o execultivo da J&F, Ricardo Saud, a tratar com Neri sobre uma mudança no negócio de Mato Grosso. Em seguida, orienta Saud a falar com o seu braço direito, Manoel Sobrinho.
Em 2018, Neri chegou a ser preso, durante a Operação Capitu, deflagrada pela Polícia Federal.
Outro lado
O líder da bancada, deputado federal Neri Geller, esclarece que nunca manteve qualquer tipo de vínculo ou proximidade com Eduardo Cunha e reitera que sua indicação ao Ministério da Agricultura se deu pela Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), pelo seu perfil técnico, na condição de produtor e empresário, ou seja, sem nenhum vínculo direto com partidos. A assessoria jurídica do parlamentar tomará as medidas cabíveis.
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