Por causa das restrições e recomendações relativas à Covid-19, o Dia dos Pais deste ano terá que ser celebrado de uma maneira diferente.
Arquivo Pessoal
Ademilson e a pequena Alice
A comemoração, neste domingo (9), na residência cujos pais trabalham na área de saúde será apenas com familiares que convivem na mesma casa, como é o caso do enfermeiro Ademilson Pereira da Silva, de 42 anos, pai da pequena Alice, de 1 ano e 8 meses.
Trabalhando no antigo Pronto-Socorro de Cuiabá, atualmente o Hospital de Referência para Covid-19 na Capital, Ademilson conta que não vê o próprio pai há meses por causa da pandemia. “Vamos passar o dia dos pais só eu, minha esposa e minha filha. Nada de aglomerações para evitar riscos”.
O mesmo acontecerá com o dentista cirurgião bucomaxilofacial e professor residente no Hospital Geral, Thiago Iafelice dos Santos, de 40 anos. Ele é pai do Pedro, de 6 anos.
O dentista estará em casa no domingo e irá comemorar o Dia dos Pais apenas com o filho e a esposa, respeitando o isolamento social, que estão cumprindo há cinco meses.
“Estou sem ter contato com meus pais desde o início da pandemia, apenas vendo eles de longe em alguns momentos especiais, como no Dia das Mães que os vi pela sacada da casa deles”, ressaltou.
Cuidados do cotidiano
Por trabalharem na área da saúde, os pais revelam os cuidados que têm tomado quando chegam em casa. Ademilson conta que ao chegar em sua residência. Para não contaminar a família, ele vai direto para o banheiro se higienizar.
“Quando chego em casa, aviso a minha mulher do estacionamento que estou chegando e ela vai para o quarto da minha filha para distraí-la, enquanto vou para banheiro me higienizar. Tem álcool em gel espalhado pela casa. Na porta já borrifo água sanitária nos sapatos e coloco as roupas sujas em uma sacola plástica para levar à lavanderia”.
Mas a pequena Alice ouve o barulho dele chegando em casa e já começa a ficar eufórica com a chegada do pai. “Ela fica gritando papai, papai. Vai para frente do banheiro, batendo na porta me chamando”, completa.
Mesmo com a pandemia, Ademilson é otimista em relação ao futuro. “Primeiro quero dar a Alice o que recebi de forma gratuita dos meus pais, que é o carinho, amor, aconchego e a proteção. E também quero que a minha filha aproveite muito sua infância, tudo que não tive oportunidade de ter, irei oferecer a ela. Uma boa escola, brincar muito, ter contato cedo com atividades esportivas e artes, fazer curso de teatro, línguas estrangeiras”, concluiu à reportagem.
Thiago ressalta que sempre teve cuidados devido à profissão, mas hoje a atenção é redobrada. “Eu tenho o cuidado hoje de entrar em casa e retirar toda a minha roupa na garagem, tomar banho na parte do fundo da minha casa, sem ter contato nenhum com meu filho”.
Arquivo Pessoal
Thiago, Karina e Pedro.
O dentista relata que conversa muito com a esposa Karina, que também é plantonista, sobre o reflexo da pandemia no comportamento do filho.
“Pedro entende a situação de ter que ficar em casa, mas em um momento me questionou porque era a única criança que não saia de casa e eu expliquei que podia parecer nesse momento para ele que era um castigo, mas no futuro quando ele conseguisse ter análise crítica, ele entenderia o real e verdadeiro valor da palavra amor. Porque amor é quem cuida”, finalizou.
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