Apesar das academias continuarem com o funcionamento suspenso em prevenção ao Covid-19, o coronavírus, a personal trainer e especialista em fisiologia do exercício e nutrição esportiva, Simone Sousa, garante que não é preciso abandonar o projeto de uma vida mais saudável em 2020. Para quem já estava acostumado com a prática de atividades físicas, a manutenção da rotina de treinos é extremamente importante e para quem pretendia começar as limitações não são um empecilho.
Arquivo pessoal
Simone Souza
Contrariando o que muitos pensam, mesmo com pouco espaço é possível elaborar uma boa rotina de exercícios, como demonstra a personal.
“As alternativas que as pessoas podem buscar em casa são inúmeras, desde um treino funcional no qual ela vai ocupar dois ou três metros quadrados de um espaço, até exercícios isolados com o auxilio do que ela tem em casa, seja um galão de água, um saco de arroz, feijão ou se ela tiver condições pode investir em alguns acessórios também. Dá para aproveitar os móveis da casa, uma cadeira, um banquinho. Enfim, a pessoa vai conseguir fazer um treino bem bacana mesmo sem estar na academia”, afirmou.
A profissional também destacou a importância do planejamento, já que com o aumento do ócio a tendência de procrastinar é maior. Ficar sentado ou deitado o dia inteiro pode ser um grande vilão nesse momento.
“Quanto menos o corpo se movimenta, mais preguiçoso ele se torna, da aquela sensação de letargia, de lerdeza. A falta da movimentação muscular e do fluxo sanguíneo prejudica liberações hormonais importantes. É essencial que a pessoa planeje seu dia, tenha os horários das alimentações, o cardápio e os horários de treino porque o nosso cérebro tende a fugir muito rápido de obrigações que não estão planejadas objetivamente”, disse a personal.
Simone destaca que mantendo a rotina de exercícios físicos a pessoa pode contrabalancear as liberações hormonais ruins que podem ser provenientes do período de quarentena.
“Com o isolamento social é normal que a pessoa esteja tendo certo tipo de medo e preocupação e por consequência ela tem uma liberação maior de adrenalina, noradrenalina e cortisol, essa descarga pode ser prejudicial ao corpo e com o exercício físico, além dela estar tendo uma sensação de leveza e bem estar, ela também terá uma liberação de hormônios que vão contrabalancear essa situação como a endorfina, a serotonina e a dopamina”.
A ansiedade também pode ser a grande culpada dos ataques à geladeira que acabam se tornando um hábito comum, mas a alimentação saudável é indispensável para enfrentar o isolamento social com saúde física e psicológica.
“A alimentação pode ser tanto uma aliada quanto uma inimiga. Com o aumento do tempo livre é natural que a pessoa tenha certa ansiedade e queira consumir alimentos mais prazerosos, como doces, frituras e carboidratos em excesso. O problema é que esses alimentos são mais oxidantes e ao liberarem mais toxinas e radicais livres no organismo. Ao invés de ajudar a saúde, a pessoa vai ter um declínio muito grande porque com o aumento das toxinas nosso corpo tende a ter uma diminuição ainda maior de hormônios importantes e o aumento da sensação de cansaço. É importante que se diminua ao máximo o consumo de alimentos industrializados e procure uma alimentação variada, sempre levando em conta os produtos naturais”, explica Simone.
Para quem não tem familiaridade com a prática de exercício físico, a dica da personal é procurar um profissional de educação física. Com a ajuda do especialista é possível montar treinos direcionados levando em consideração o espaço e os instrumentos que a pessoa dispõe, além de suas próprias limitações e objetivos.
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