Sábado, 20 de Abril de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,20
euro R$ 5,54
libra R$ 5,54

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,20
euro R$ 5,54
libra R$ 5,54

Cidades Domingo, 16 de Agosto de 2020, 14:00 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Domingo, 16 de Agosto de 2020, 14h:00 - A | A

VENDAS POR DELIVERY

Mesmo com flexibilização, empresários optam por manter portas físicas fechadas

JANAÍNA ARRUDA

Mesmo com a flexibilização do comércio, alguns empresários decidiram não voltar a abrir as portas durante a pandemia e continuar trabalhando apenas com sistema de delivery, pegue e pague (retirada), ou ainda não reabrindo de vez, para preservar seus clientes e colaboradores do risco de contaminação pelo coronavírus.

Reprodução Instagram

Metade Cheio

 

No final de julho por meio do decreto nº 8.020, o prefeito Emanuel Pinheiro autorizou a retomada das atividades econômicas, liberando o funcionamento bares, restaurantes e congêneres, desde que seguindo as normas de biossegurança estabelecidas por órgãos de saúde e com concentração de pessoas sendo limitado, porém alguns empreendedores optaram por manter as portas fechadas.

É o caso de Alexandre Cervi, proprietário do Metade Cheio, uma mistura de bar, restaurante que abriga eventos culturais como exposições de artistas, que optou por manter apenas o delivery e retiradas, mesmo com a liberação do comércio.

“Continuamos acompanhando os dados e percebe-se que a situação da cidade (em relação à Covid-19) ainda é crítica, são muitos contaminados de acordo os relatórios, que a gente já entende que existe uma subnotificação e mesmo assim, os números ainda são muitos altos. Isso é uma coisa que nos preocupa bastante, porque já temos uma equipe reduzida e o Metade Cheio é uma casa que de alguma forma, nos eventos que fazemos, a programação cultural foi muito acompanhada de uma aglomeração de pessoas mínima que fosse. Por isso inviabiliza totalmente a gente se expor”, disse. 

Hoje o Metade Cheio, que existe há três anos e dois meses, possui uma equipe de cinco pessoas e renovou o cardápio, oferecendo opções de refeições em aplicativos como Ifood, Uber Eats, WhatsApp, além de possuir um site oficial.

Alexandre conta que desde o início da pandemia, já pensou em uma forma de reestruturação para que fosse possível se manterem apenas com o sistema de delivery e pegue e pague.

“Reestruturamos nosso cardápio, incluimos massas artesanais e outros pratos que não servíamos, para ficar mais atrativo para novos clientes que usam aplicativos e não conhecem a proposta da casa. Pois, para reabrir não seria uma coisa muito fácil e rápida, após quatro meses fechados. Não é da noite para o dia que a gente vai se reestruturar e se adequar a essas regras que são duvidáveis em relação à segurança, tanto para nós que trabalhamos aqui dentro, quanto dos clientes que possam vir a circular na casa. É uma decisão para manter a nossa coerência de discurso, enquanto a gente ganha um tempo de estruturar a melhor forma possível de reabrir em um futuro próximo”, explica Alexandre.

A divulgação dos produtos é feita pelas redes sociais, como Instagram e Facebook. “Divulgamos majoritariamente pelas redes sociais e ampliamos os canais de comunicação pelo site oficial e pelo WhatsApp, que é focado no pague e pegue, mas o utilizamos também para tirar dúvidas. Absolutamente tudo é no meio digital, como já fazíamos antes, como uma tendência de comunicação possível e sem fronteiras, além de sustentável, uma vez que tudo está ali acessível para todo mundo”, finaliza.

Reprodução Instagram

Taglishop

 

A loja Tagli Shop, que trabalha com calçados e acessórios, foi mais uma que decidiu fechar as portas do estabelecimento físico, que funcionava dentro de um salão de beleza, para continuar atendendo sua clientela apenas por delivery.

A proprietária Marina Tagliari contou que houve um aumento de 95% nas vendas online e por essa razão juntamente com o medo da exposição dos clientes ao risco do coronavírus, decidiu fechar definitivamente no ano de 2020.

“Não me senti segura para abrir, acredito que por mais que os números tenham começado a baixar, para mim não foi o momento certo. É muito arriscado estar aberto, estar se expondo dessa maneira, não só eu, mas a minha funcionária e minhas clientes. Então eu achei que não era o momento certo para isso, visto que as vendas online estão rodando, as clientes estão procurando. Estou com um fluxo de delivery que eu não tinha antes, então está bem legal, tive um aumento de 95% nas vendas online. Mesmo quando reabri a loja física, o volume online estava maravilhoso e por conta disso também decidi fechar esse ano até as coisas melhorarem, os números baixarem e aí sim, voltarmos a abrir”, conta.

A loja já tem quatro anos e começou online com um site, sistema de entrega e vendas por Instagram. Apenas em 2019 foi aberto o formato físico.  

“Em março quando começou a pandemia, eu fechei as portas. Ficamos abril inteiro fechados e reabrimos em maio e julho fechamos de novo. Em julho eu já cogitei a possibilidade de não voltar mais a abrir a loja física, até por conta da questão de hora abrir, hora fechar, levar todo o estoque para o espaço, depois retirar todo o estoque. E quando o comércio foi autorizado a voltar, eu não quis, foi quando decidi não abrir mais esse ano”, pontuou.

Marina diz que recebeu muitos feedbacks positivos, incluindo de não clientes quando optou por não reabrir. “Foi bem legal, porque fizemos um post falando que não iriamos abrir, apesar da abertura do comércio, ficaríamos apenas no online. E o feedback que eu recebi de clientes e até não clientes foi muito bom, porque eles entenderam. Elogiaram a decisão, parabenizando, dizendo que foi uma decisão muito sábia. E isso me deu mais forças para pensar que eu não estou tão errada. E a loja por ter uma pegada sustentável, ajudamos instituições de abrigo animal, nossos produtos não possuem couro, fez com que a opção de não abrir estivesse mais alinhado aos nossos valores de consumo consciente”, conta.

Reprodução Instagram

Bar do Jarbas

 

O empresário Gilbert Borges, proprietário do Bar do Jarbas, que funciona há oito anos em Cuiabá, está com as portas fechadas desde o final de março, quando começou a pandemia e decidiu não reabrir.

“Como em nosso bar o principal carro-chefe é a roda de samba, percebemos que não daria certo abrir, pelo formato que trabalhamos. Porque as exigências que pedem no decreto não combinam com a nossa forma de trabalho. Então optamos por não fazer, pois o legal da roda de samba é estar todo mundo junto, se abraçando. Fazer esse isolamento, com distanciamento desconfiguraria o formato do bar. Também para evitar qualquer tipo de reclamação ou contágio, por questões de segurança dos clientes”, aponta.

O bar que funciona no bairro Dom Aquino e é um ponto de encontro para a população cuiabana, não pretende abrir antes do final do ano.

“Vamos aguardar uma melhora primeiro, não vamos reabrir mesmo com a flexibilização e quando retornarmos vamos trabalhar com um formato diferente, até para poder analisar um pouco o mercado. Vamos funcionar somente sexta e sábado a princípio, reformamos o local para fazer uma pegada mais boteco, abrindo mais cedo e nos sábados realizando as rodas de samba, deixando os demais dias para eventos particulares. Vamos analisar tudo para talvez abrirmos em mais dias da semana apenas no ano que vem, a princípio serão apenas esses dois dias. Estamos aguardando uma melhora de tudo, ter uma vacina. Nosso pensamento é que por volta de novembro ou dezembro esteja melhor e possamos voltar a abrir”, conta.

O estabelecimento possuía oito funcionários além de contratar freelancers nos finais de semana, quando a lotação era maior. Gilbert conta que optou por demitir os funcionários para que eles ficassem mais seguros, recebendo os direitos trabalhistas.

“Temos um relacionamento bem legal com os funcionários e optamos por demitir os funcionários para que eles também estejam mais seguros financeiramente, então mandamos todos embora para que eles tivessem acesso as verbas rescisórias, para conseguirem se estabilizar financeiramente nesse período. Quando retornarmos vamos ver se fazemos a recontratação deles”, finaliza.  

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros