O ex-vereador de Cuiabá, João Emanuel, que foi preso nesta manhã de sexta-feira (26), durante a operação Castelo de Areia desencadeada pela Polícia Civil, é apontado no esquema de falsos empréstimos como o vice-presidente do grupo Soy Group.
Alan Cosme/HiperNoticias
Para angariar clientes, a empresa oferecia empréstimos com juros baixos iguais usados em bancos do exterior. Para garantir os empréstimos, as vítimas precisavam dar alguma coisa em troca. “Faziam depósitos ou deixavam imóveis e carros como peça de confiança para que a empresa SOY fizesse os empréstimos. Porém, em mais de um ano de atuação, eles nunca depositaram nada”, confirmou o delegado Flávio Stringuetta, titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
O delegado Luis Henrique Damasceno, que participa da ação pelo setor de inteligência da Delegacia Regional, João Emanuel agia com muita lucidez ao mentir para seus clientes. Ele até traduzia a fala de um suposto cliente chinês para garantir um empréstimo de R$ 158 milhões, onde para receber esse valor da vítima precisaria depositar R$ 50 milhões de confiança na conta da empresa.
“De acordo com a vítima, que teve uma perda de R$ 50 milhões o João Emanuel traduziu o linguajar, fazendo uma farsa. Ele era um intérprete sem entender muito do mandarim. A imponência do prédio também fazia segurança aos clientes. Algumas vítimas foram levadas para o Chile para finalizar os contratos desses empréstimos. Empréstimos que nunca se concretizaram”, comentou.
Ao todo, desde as primeiras horas da manhã, a polícia cumpriu cinco mandados de busca, cinco mandado de prisão e um de condução coercitiva. Foram presos: Walter Dias Magalhães Júnior e a sua esposa, Shirlei Aparecida Matsuoka; eles estavam em um hotel em Goiás, João Emanuel Moreira Lima, no hospital Santa Rosa, além do ex-candidato a deputado federal pelo PTN, Evandro Goulart, detido no aeroporto Marechal Rondon tentando viajar para Brasília; e Marcelo de Melo Costa na cidade de Chapada dos Guimarães.O irmão de João Emanuel, Lázaro Moreira Lima foi levado coercitivamente, já prestou depoimento ao GCCO e foi liberado.
As investigações apontaram que Walter Dias Magalhães Júnior seria o chefe do esquema. As ordens de prisão e buscas são da Vara do Crime Organizado e cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e Chapada dos Guimarães. Um dos locais de buscas é o prédio do Soy Group, localizado na Avenida Rubens de Mendonça (CPA), ao lado da loja Havan e fundos do supermercado Comper.
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