"Escute se for capaz" é o título do novo livro do maestro Fabrício Carvalho, que aborda a infodemia - termo que pode causar estranhamento, mas retrata uma realidade cada vez mais presente: a epidemia da informação. A intenção do maestro é ofertar um manual aos internautas para que naveguem na internet, sem o risco de serem 'navegados' pelas bigtechs que controlam as redes sociais.
Com certeza você conhece alguém que já reclamou do volume de conteúdos ao qual é bombardeado nas redes sociais - ou talvez você mesmo já tenha sentido isso. Essa sensação de sobrecarga mental causada pelo excesso de informações é justamente o fenômeno dissecado por Fabrício em sua nova obra, que será lançada nesta sexta-feira (14), às 19h30, na Casa Barão, em Cuiabá, sede da Academia Mato-grossense de Letras (AML). O livro também terá lançamento em São Paulo, no dia 24 de novembro.
Você é moldado pelas big techs, que te dizem como, quando e o que vai consumir
Um dos imortais da AML, Fabrício contou em entrevista ao HNT TV Entrevista que, ao completar 50 anos, decidiu se dedicar ao doutorado em Políticas Sociais pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com o objetivo de “pensar a sociedade”.
LIVRO NASCEU NA SALA DE AULA
O insight para escrever o livro surgiu durante a disciplina Capitalismo dos Dados, que, segundo o maestro, “explodiu sua cabeça” por provocar uma reflexão sobre o quanto somos navegados - e não navegantes - no universo digital. Ele analisa como as big techs, gigantes da internet, controlam o que consumimos por meio dos algoritmos, influenciando nossa percepção da realidade.
"Aos 50 anos, a gente sabe umas coisinhas. Mas há informações que só na academia descobrimos, porque temos tempo de ler. Esse processo do capitalismo de dados é uma loucura. Você é moldado pelas big techs, que te dizem como, quando e o que vai consumir", afirmou Fabrício.
O problema não é o algoritmo, mas quem o controla e faz dele uma ferramenta estratégica para o consumo"
O maestro destacou que as redes têm função dupla: prestam o serviço de interação social enquanto constroem o perfil do usuário. A partir dessas informações, os hábitos comportamentais são estimulados por meio da apresentação constante de fotos, vídeos e anúncios. Sem perceber, as pessoas são inseridas em “bolhas digitais”, ressaltou o autor.
"Isso nos traz um prazer momentâneo porque o celular começa a dizer o que você quer. Ele já te leu. Você já forneceu dados suficientes para ele desenhar o seu estereótipo", reforçou.
MAESTRO NÃO QUER 'DEMONIZAR' CELULAR E REDES
Porém, Fabrício pontuou que sua intenção não é demonizar as redes sociais, mas oferecer um manual para que o leitor aprenda a navegar na internet - e não ser navegado por ela. Para ele, o avanço tecnológico é inevitável e precisa ser compreendido.
"O problema não é o algoritmo, mas quem o controla e faz dele uma ferramenta estratégica para o consumo", concluiu.
VEJA VÍDEO
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.





