A escola de samba Barroca Zona Sul, de São Paulo, abriu o primeiro dia de desfiles da capital paulista prestando homenagem à líder quilombola Tereza de Benguela, do Quilombo do Quariterê. A apresentação colocou a escola novamente no radar da elite carnavalesca, na noite de sexta-feira (21).
De acordo com o portal UOL, com o samba-enredo “Benguela... a Barroca Clama a Ti, Tereza”, a escola prestou homenagem à liderança que comandou o Quilombo do Quariterê, no atual Vale do Guaporé, por mais de 40 anos.
Assinado por Rodrigo Meiners, Rogério Sapo e Yuri Aguiar, o desfile percorreu a avenida ao longo de 65 minutos, período disponibilizados a cada escola, com 21 alas, cinco carros alegóricos e 2.400 componentes.
A comissão de frente apresentou Tereza de Benguela, tida como rainha entre os quilombolas, que foi erguida em uma estrutura a mais de quatro metros de altura. Com seu longo vestido dourado, a liderança pairava cercada de divindades africanas e por uma sonoridade oriundo de toques de tambores.
Confira a seguir o samba-enredo completo:
"Benguela... a Barroca Clama a Ti, Tereza"
Compositores: Acerola de Angola, André Valencio, Ermino, Jairo Roizen, Marcos Thiago, Morganti, Pixulé, Sukata, Tubino Meiners
Intérprete: Pixulé
No caminho do amanhã
Obatalá
É a luz que vem do céu
Clareia
Vem de Benguela o clamor de liberdade
Barroca pede tolerância e igualdade
Axé, Tereza
Divina alteza meu tambor foi te chamar
Sua luz nessa avenida
Incorpora a chama yabá
Da magia irmanada por odé
Não sucumbe a fé, traz a luta de Angola
E a corrente arrastou pro sofrimento
Um sentimento, valentia quilombola
Reluz o ouro que brota em seu chão
Desperta ambição, mas há de raiar o dia
Do Guaporé ser voz de preservação
Em plena floresta
Auê auê
Resistência na aldeia
Quariterê
Na mata, sou mestiço, guardião
O meu grito de guerra é por libertação
O nosso canto não é apenas um lamento
A coragem vem da alma de quem ergueu o parlamento
Do castigo na senzala à miséria da favela
O povo não se cala, oh Tereza de Benguela
Vem plantar a paz por essa terra
A emoção que se liberta
E a pele negra faz a gente refletir
Nossa força, nossa luta
De tantas Terezas por aí
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