"As sementes oleaginosas sempre estiveram nos territórios, mas não tinham valor agregado e acesso a mercado. Nos últimos dez anos, passaram a ser ofertadas", disse Malheiro. Ele contou que, quando esses ativos passaram a compor a renda das pessoas, houve um aumento grande na renda, nas casas das pessoas e, inclusive, um envolvimento de mais moradores da Ilha das Cinzas, uma área que compõem o arquipélago do Marajó no Pará.
Malheiro explica o processo de produção da comunidade ribeirinha precisa considerar o ritmo das marés ao longo do dia para definir quais atividades serão feitas. Da mesma forma, disse, é preciso respeitar a cultura tradicional e o modo de vida dos ribeirinhos ao pensar o modo de produção. "O modelo produtivo precisa se encaixar na vida das pessoas. Construímos a primeira indústria em área privada", afirmou o presidente da Ataic. A organização inaugurou, em maio, a primeira agroindústria com a energia de placas solares armazenada num sistema Bess (sigla em inglês para Battery Energy Storage System) conectado a um sistema de monitoramento remoto pela equipe da WEG na sede da empresa em Jaraguá do Sul (SC). A WEG e a Natura foram parceiras do projeto.
Presente no mesmo painel nesta manhã, o empresário Guilherme Leal, cofundador da Natura e da Dengo, afirmou que o tema da biodiversidade ingressou no universo da fabricante de cosméticos e produtos de higiene no fim dos anos 90. Foi quando os fundadores se questionaram onde a empresa queria chegar. "Vamos ser uma cópia dos franceses, dos americanos, dos japoneses? Ou queremos ser algo original? Entendemos que o uso das riquezas na Amazônia, na Mata Atlântica poderia nos diferenciar e gerar prosperidade compartilhada nas comunidades que conservam essas florestas", disse Leal. "Foi então que começamos a incorporar a biodiversidade brasileira e a investir fortemente nessa área para transformar a biodiversidade em bioeconomia", afirmou Leal.
O empresário contou que o pioneirismo cobrou um preço. Lembrou que a empresa errou muito porque "não havia um mapa do caminho" nem legislação. "Por termos sido pioneiros, fomos penalizados, multados. Nossa única certeza é que em alguma coisa íamos errar. O único jeito de nos proteger era ser transparentes e chamar as pessoas para participar dessa construção", diz.
(Com Agência Estado)
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