| Mayke Toscano/HiperNotícias |
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Ouvi a expressão pela primeira vez da boca do deputado Pedro Henry (PP). Montado na autoconfiança que sempre lhe acompanhou, Henry (pronuncia-se Anrrí, conforme nos ensinou Roberto Jefferson) dava conselho a um prefeito aliado seu acerca de algumas medidas amargas que deveria tomar no início do seu Governo, quando assacou: “Em política, não existe Senhor do Bom Começo. O santo que interessa é o Senhor do Bom Fim”.
Copiei a frase e a colei em inúmeras situações, quando a angústia de tomar decisões amargas no início de mandatos tomava conta de alguns amigos. De fato, a frase de Henry é uma derivação de conselho já dado centenas de anos antes por Nicolau Maquiavel: a maldade deve ser feita no início, de uma só vez, enquanto a bondade deve ser dada a conta-gotas!
O problema é que nem sempre aplicamos a nós mesmos os conselhos que damos aos outros. Por razões naturais, torna-se bem mais fácil enxergar soluções para os outros do que para a gente mesmo.
Isso tudo me veio a propósito deste período de troca dos mandatários municipais na maioria dos municípios mato-grossenses – e porque não dizer do país, uma vez que este ano houve a menor taxa de reeleição no Brasil desde que a possibilidade foi admitida em nossa legislação eleitoral, em 1998.
Muitos prefeitos só conhecerão o estado real da máquina administrativa que estarão herdando alguns meses depois da posse. Mesmo em casos de eleitos apoiados pelos atuais prefeitos, algumas coisinhas não são ditas e reveladas, e terão de ser descobertas por eles próprios.
Para resolvê-las, em muitos casos será necessário a adoção de medidas amargas, impopulares, e daí virá a dúvida sobre qual santo seguir – se o do Bom Fim ou do Bom começo.
O essencial, contudo, é saber onde quer chegar, e isso passa por um diagnóstico real da situação encontrada e do estabelecimento de metas claras e exequíveis, ainda que ousadas. Dados esses dois passos, o planejamento dará conta do resto.
A lembrança da frase de Henry também se deve a uma declaração do prefeito Chico Galindo, de Cuiabá, de que teve que tomar medidas amargas para conseguir chegar onde queria na prefeitura da Capital. Ele referia-se principalmente à concessão dos serviços de Saneamento. De fato, depois da turbulenta concessão – que, cá entre nós, foi mais traumática do que precisava ter sido – ao que parece a população já se conformou com o fato, e algumas melhorias podem até ser sentidas. Talvez, no caso de Galindo, tenha lhe faltado tempo para demonstrar resultados positivos de forma mais contundente.
A frase de Pedro Henry, todavia, se aplica mesmo é a sua própria experiência política. Todos nos lembramos que duas eleições atrás ele era candidatíssimo a Senador da República, e era apontado como favorito. As denúncias da Máfia dos Sanguessugas lhe tiraram o projeto. Conseguiu se reeleger federal e até ameaçava dar a volta por cima, na eleição seguinte, quando foi atingido pelas denúncias do Mensalão.
Destas não conseguiu se livrar, e hoje é um homem condenado à prisão e ainda corre o risco de ter o mandato cassado brevemente pelo Supremo Tribunal Federal. A grande ironia de Pedro Henry é que nenhum dos dois santos lhe serviu: nem o do Bom Começo e muito menos o do Bom Fim.
P.S: Depois de praticamente um ano sem escrever artigos, volto por absoluta saudade do texto livre. Desculpem pelo mau-jeito inicial, mas levarei um tempo até deseferrujar.
(*) KLEBER LIMA é jornalista e Diretor Geral de HiperNoticias. E-mail: [email protected]
Copiei a frase e a colei em inúmeras situações, quando a angústia de tomar decisões amargas no início de mandatos tomava conta de alguns amigos. De fato, a frase de Henry é uma derivação de conselho já dado centenas de anos antes por Nicolau Maquiavel: a maldade deve ser feita no início, de uma só vez, enquanto a bondade deve ser dada a conta-gotas!
O problema é que nem sempre aplicamos a nós mesmos os conselhos que damos aos outros. Por razões naturais, torna-se bem mais fácil enxergar soluções para os outros do que para a gente mesmo.
Isso tudo me veio a propósito deste período de troca dos mandatários municipais na maioria dos municípios mato-grossenses – e porque não dizer do país, uma vez que este ano houve a menor taxa de reeleição no Brasil desde que a possibilidade foi admitida em nossa legislação eleitoral, em 1998.
Muitos prefeitos só conhecerão o estado real da máquina administrativa que estarão herdando alguns meses depois da posse. Mesmo em casos de eleitos apoiados pelos atuais prefeitos, algumas coisinhas não são ditas e reveladas, e terão de ser descobertas por eles próprios.
Para resolvê-las, em muitos casos será necessário a adoção de medidas amargas, impopulares, e daí virá a dúvida sobre qual santo seguir – se o do Bom Fim ou do Bom começo.
O essencial, contudo, é saber onde quer chegar, e isso passa por um diagnóstico real da situação encontrada e do estabelecimento de metas claras e exequíveis, ainda que ousadas. Dados esses dois passos, o planejamento dará conta do resto.
A lembrança da frase de Henry também se deve a uma declaração do prefeito Chico Galindo, de Cuiabá, de que teve que tomar medidas amargas para conseguir chegar onde queria na prefeitura da Capital. Ele referia-se principalmente à concessão dos serviços de Saneamento. De fato, depois da turbulenta concessão – que, cá entre nós, foi mais traumática do que precisava ter sido – ao que parece a população já se conformou com o fato, e algumas melhorias podem até ser sentidas. Talvez, no caso de Galindo, tenha lhe faltado tempo para demonstrar resultados positivos de forma mais contundente.
A frase de Pedro Henry, todavia, se aplica mesmo é a sua própria experiência política. Todos nos lembramos que duas eleições atrás ele era candidatíssimo a Senador da República, e era apontado como favorito. As denúncias da Máfia dos Sanguessugas lhe tiraram o projeto. Conseguiu se reeleger federal e até ameaçava dar a volta por cima, na eleição seguinte, quando foi atingido pelas denúncias do Mensalão.
Destas não conseguiu se livrar, e hoje é um homem condenado à prisão e ainda corre o risco de ter o mandato cassado brevemente pelo Supremo Tribunal Federal. A grande ironia de Pedro Henry é que nenhum dos dois santos lhe serviu: nem o do Bom Começo e muito menos o do Bom Fim.
P.S: Depois de praticamente um ano sem escrever artigos, volto por absoluta saudade do texto livre. Desculpem pelo mau-jeito inicial, mas levarei um tempo até deseferrujar.
(*) KLEBER LIMA é jornalista e Diretor Geral de HiperNoticias. E-mail: [email protected]
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Amaro Amador 29/11/2012
O deputado também se dava ares de orador performático como quando fora entrevistado e arreganhava os dentes num arremedo de sorriso satisfeito com a suposta acusação non-sense de participação na “máfia dos sanguessugas” de 2006. O deputado forçava as palavras e fazia caretas para reforça-las, e o telespectador assistindo toda aquela patacoada. Agora o que tem a ver Pedro Henry, atual carta fora do baralho da política nacional, com um prefeito diminuto e errático como Chico Galindo? Ao que se sabe o prefeito cuiabano vendeu a empresa de água porque era a única que renderia caixa, e para isso usou o seu estepe da Câmara, e mesmo seu único trabalho, chamado “Poeira Zero”, ainda dará o que falar, como aponta hoje o TCE.
Benedito Gonçalves 29/11/2012
Olha, acho bom que a Justiça seja feita, que deve precisa pagar, mas não acho que um acontecido como este seja motivo de tanta comemoração. A dificuldade que temos em encontrar um candidato para cada cargo que sejam integros é muito dificil, principalmente, nas eleições majoritárias, Senador, Governador, Dep. Federal e Dep. estadual com o mersmo perfil?? Dificil hein!!! Por isso acho que o Pedro Henry só é na grande verdade um "boi de piranha" e por isso não sei se tenho de comemorar alguma coisa. Sinceramente não sei...
zózizmo chaparral 29/11/2012
Parabéns, belo texto! Mesmo com o tempo sem escrever, suas mãos, mas principalmente a cabeça, continua em perfeita ação. Abraço!
Juliano Senhor do Bom FIM 29/11/2012
Pedro Henry só está colhendo o que plantou
4 comentários