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Artigos Quinta-feira, 31 de Outubro de 2019, 15:33 - A | A

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Quinta-feira, 31 de Outubro de 2019, 15h:33 - A | A

JOÃO EDISOM

O Estado e o quinto poder

JOÃO EDISOM

Reprodução

João Edisom

Muita gente está se perguntando o que está ocorrendo com o mundo. Por que países até então tidos como organizados e consolidados estão em convulsão? Esta mesma pergunta é feita por entidades e instituições organizadas que já não tem mais controle sobre o que e onde iniciou aquele movimento. 

Com as ferramentas tecnológicas nasceu no mundo um quinto poder, que soltos e libertos pelas democracias viralizam, seja em forma de Fake News ou movimentos revolucionários sem causa definida e nem pauta reivindicatória. 

O que estou conceituando de “quinto poder” são armas (redes de informação/internet) utilizadas por uma sociedade difusa com grande efeito nas democracias do mundo e que se manifestam em ondas de opinião que se movem em velocidade inimaginável, invadindo fronteiras e causando turbulências, algumas com altas outras com baixa intensidade, mas sempre a partir dos espaços digitais. Frequentemente emergem das ruas e atacam de forma destrutiva patrimônios públicos e privados, principalmente multinacionais nas grandes cidades.

O sociólogo Manuel Castells que tem estudado este tema há algum tempo, já mapeou esse tipo de movimento em 80 diferentes países somente na ultima década. Em todos houve quebra-quebra, bombas, saques e afronta aos valores tradicionais. Há uma trilogia: fogo, principalmente em veículos, quebradeira com saque em prédios públicos e grandes empresas  e exposição do corpo, com teor sexualizado agressivo.

Em regra iniciam seus movimentos a partir de coisas insignificantes, tais como um aumento de 20 centavos em uma passagem de ônibus (São Paulo em 2013) e durante o movimento ganham adesão de outros grupos insatisfeitos pelas mais variadas causas ou interesses, e quase sempre tem a simpatia da maior parcela da sociedade.

É evidente que vivemos uma instabilidades a partir do desenvolvimento da internet e suas possibilidades. Esta ferramenta possibilita a quebra de todas as barreiras da informação controlada e pasteurizada pelos veículos oficias de comunicação, se tornado um “poder” incontrolável pelas forças do estado tradicionalmente conhecidas. 

O indivíduo ganhou com ela um grande poder frente às instituições públicas e privadas, em um mundo institucional envelhecido, com seus dirigentes pensando segundo os velhos padrões e métodos e agindo com conhecidas soluções. Estes não sabem e não saberão o que fazer. A comunicação anônima não exige responsabilidade.

Não por acaso nas ditaduras da Coreia do Norte e de Cuba a internet é controlada. Observamos algo semelhante na China e nas outra 46 Repúblicas que flertam com o autoritarismo segundo levantamento da Freedom House, ong americana que monitora anualmente as democracias ao redor do mundo.

 

Todo este desconforto indica que o velho modelo de Estado do pós Revolução Industrial e da pós Revolução Francesa já não serve mais, já não atende as necessidade e nem controla os desejos difusos. Precisamos de um novo modelo de Estado para lidar com o “quinto poder”. Ainda não temos! O novo Estado não nasceu e o velho está virando líquido muito depressa.

 

(*) JOÃO EDISOM é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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